O bom resultado veio para o São Paulo, mas o bom futebol ainda não. Os três pontos foram garantidos por gols no comecinho (Ademilson aos 52 segundos) e no final (Willian José aos 49) do jogo. No longo intervalo entre uma e outra bola na rede, houve muito pouco para empolgar o torcedor que foi ao estádio ou àquele que assistiu pela televisão.
O São Paulo teve um mérito, pelo menos: marcou melhor, a pedido do próprio Ney. E o treinador arriscou uma formação com três na zaga (João Filipe, Rafael Tolói e Rhodolfo) e cinco no meio-campo. Dessa forma, pretendia uma equipe mais consistente e também com maior agilidade para sair da defesa para o ataque.Bem na teoria, falha na prática.
Se não levou sufoco, o São Paulo também custou a criar - e foram poucos os lances significativos do jogo, fora os dos gols. Mereceria destaque o jovem Ademilson, 19 anos e primeira partida oficial pelo tricolor, por causa das baixas de Luís Fabiano, Osvaldo e Lucas. Fez o gol, tratou de abrir espaços no ataque, mas saiu de campo por causa de uma pegada forte de Fred. No lance, o zagueiro levou só amarelo. Foi expulso depois, por agarrar Cortez pela camisa.
O meio-campo são-paulino carece de mais atrevimento e imaginação. Falta o "regente", que às vezes é Jadson, mas nem sempre. Ney terá de descobrir um 10 - não no número da camisa e sim na função de armar o time. Não sei se achará.