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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Seleção está eficiente. E pode melhorar

Calma, calma, calma. Não embarque na euforia fácil, sobretudo quando se trata de seleção brasileira. Tem uma turma que, por diversos motivos - até por patriotismo sincero -, levanta a bola da equipe nacional com a maior facilidade. Desde que ela também sirva para aumentar a audiência...

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Por Antero Greco
Atualização:

O retrospecto recente do time pela segunda vez sob o comando de Dunga é excelente. Se forem pegos os números friamente, 8 vitórias em 8 apresentações são incontestáveis. Aproveitamento de 100% e etc, detalhes que você já deve ter ouvido umas 200 vezes, desde que acabou o amistoso com o Chile - 1 a 0, no Emirates, em Londres, a casa da seleção da CBF.

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Óbvio que vencer sempre é bom. Ainda mais em momento de reestruturação, como é a tarefa atual de Dunga e seus auxiliares. Só não concordo com excessos, os de sempre ("o futebol brasileiro está resgatado", "esse é o Brasil") porque há etapas a serem superadas. A primeira é a Copa América. Depois, Eliminatórias para a Copa de 18, eventualmente a Copa das Confederações e, daí sim, o Mundial da Rússia.

O caminho, portanto, é longo. Para mim, o que interessa é projetar, entrever o que virá adiante em termos de comportamento da seleção. As perguntas: o Brasil joga bem? Há espaço para evolução? Tomou o rumo de uma revolução na forma de atuar? Encantará o mundo novamente? Ou será mais do mesmo, com equilíbrio que não encontrou no ano passado?

Minha tendência é a de dizer sim para a primeira e para a última das indagações. A seleção, com remanescentes do grupo de Felipão, tem dado conta do recado, como mostram os placares positivos, e deve ser mais eficiente à medida que amadurecer.

No momento, porém, não faz imaginar um grupo inovador, transgressor, que marcará pelo ineditismo. Não é a cara do treinador. Dunga foi aplicado e conservador como jogador, mostrou ser assim como técnico. É adequado esperar um time correto, obediente, com lampejos de criatividade.Que pode obter sucesso, por que não?

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Os sinais de que Dunga prepara uma equipe competitiva, sem ser extraordinária, vêm nos jogos que dirigiu desde o segundo semestre de 2014. Fica evidente a preocupação com o sistema defensivo, a marcação, a roubada de bola e a saída para o contragolpe. Tão clara a opção que valeu a vitória sobre os chilenos: Danilo fez lançamento longo para Firmino marcar, no único lance de perigo, de fato, criado em todo o jogo.

Por ora está de bom tamanho. Espero que, com o tempo, aumente o repertório, para encorajar "professor" e jogadores a serem também ousados. Sim, recorro ao papo tradicional e que, para muita gente, é furado: combinar eficiência com jogo bonito. Não é impossível.

 

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