No futebol, não é diferente, embora as mudanças custem mais a aparecer. Muitas vezes há descontentamento, porém as estruturas não cedem. Não é por acaso que certos personagens se perpetuam em clubes, em federações, em confederações. Os nomes vocês têm na ponta da língua, sei disso. São aqueles que fazem o possível para que tudo fique como está.
O que aconteceu no Palmeiras, na noite desta quarta-feira, é uma prova de que a onda conservadora está de volta. A oposição ganhou com muita facilidade ¬158 votos para Arnaldo Tirone Filho, contra 96 para Paulo Nobre e 21 para Salvador Palaia, vistos como dois representantes da situação ou algo do gênero. Os conselheiros palestrinos resolveram dar crédito ao ungido de cardeais como Mustafá Contursi, Carlos Facchina e Alfonso Della Monica por considerarem esgotada a experiência com Luiz Gonzaga Belluzzo.
O resultado foi consequência do medo, da decepção, e denota falta de rumo numa agremiação importante e quase centenária. Belluzzo dois anos atrás despontou como o caminho para administração ousada e inovadora. Na prática, infelizmente, não foi assim. O clube tem problemas de caixa (aparentemente superáveis) e despenca no futebol. Campo fértil para o ressurgimento de grupo que controla o Palmeiras há décadas e perdeu o trem da história.
Tirone Filho disse que a prioridade será o futebol. Que seja mesmo, pois foi esse esporte que deu grandeza ao Palmeiras e o tornou popular. E que alce voo solo, não se comporte como fantoche da vontade de seus padrinhos. Mas, se apelar para a conversa fiada do "bom e barato", a torcida pode tirar o cavalo da chuva, pedir licença e voltar só em 2013. Que San Gennaro e a Madonna da Achiropita se compadeçam do Palmeiras.