Pois bem, posso quebrar a cara, como é do jogo, mas a aventura de Paulo Bento no Cruzeiro fica por um fio. Em primeiro lugar, porque os resultados não aparecem. E, por mais que falemos o contrário, retrospecto pesa demais, pra chuchu, na permanência ou na dispensa de um treinador.
No caso do bem-intencionado português, há um dado adicional: a torcida rompeu com ele. Ou, para ser mais delicado, não o apoia, não está mais fechado com as propostas dele. Saltou aos ouvidos, na tarde deste domingo, na derrota por 2 a 1 para o Sport. O placar mostrou o que foram as equipes e, pior, deixa o bicampeão brasileiro de 2013/14 a segurar a penúltima colocação. É humilhante.
A turma das arquibancadas pede Mano Menezes - porque é o que está disponível no mercado e pelo trabalho do ano passado. No meio do Brasileiro de 2015, assumiu um rabo de foguete danado, ajeitou o time e o entregou em posição decente. Depois, se mandou para a aventura na China. Deixou boas lembranças.
Como cartola não gosta de se indispor com torcida, não duvido que logo lave as mãos e tente livrar-se de Paulo Bento. Quem garante que não haverá novidade nesta segunda-feira? Se, em vez disso, a direção insistir com ele, será surpreendente. Não digo que é errado, ruim, desastroso; mas diferente.
Diferente, pra baixo, é o que tem acontecido com o time em campo. O Cruzeiro teve boas apresentações, em algumas derrotas. Mas não consegue manter padrão, oscila muito, perdeu uma infinidade de pontos como mandante. Em circunstâncias normais, não estaria nem na zona de rebaixamento. Andaria, talvez, pelo meio da tabela.
Só que a situação não é normal. Os jogadores estão sem confiança, os passes não saem, as jogadas não se completam. É evidente o nervosismo, há descontrole. Esse o aspecto urgente a ser combatido. Com emocional sob controle, a parte técnica vai melhorar. Desafio pra já - para Paulo Bento, se ficar, ou para quem eventualmente vier para o lugar.