O episódio pode ser esclarecido por imagens resgatadas da televisão. Para recordar: Barcos ia em direção à área, quando sofreu falta de Rondinelli. O juiz considerou que o lance deveria ser punido com vermelho (pra mim, o amarelo bastava) e revoltou os jogadores do Grêmio.
Na sequência - e aí as tevês vacilaram um pouco -, Edilson e outro jogador tricolor acertam Barcos, já caído dentro da área. Henrique, que acompanhava o lance, corre para tirar satisfações ao ver o companheiro sendo chutado. No meio do caminho, leva um tranco de leve de Gilberto Silva, de quem se libera, e chega perto de Edilson. Daí, toma o soco, que resulta na expulsão do agressor.
No rolo todo, o esquentado foi Edilson, ele prejudicou o Grêmio e ainda pode tomar sanção mais dura do tribunal. Rondinelli, não; ele fez falta de jogo, apelou para recurso arriscado, mas sem agredir. E Henrique, como capitão, tratou de proteger Barcos. O juiz, por sinal fraco, teve reação muito comum, que é a de fazer uma ligeira média, para parecer neutro. E não foi.
Ricardo Ribeiro, aliás, faz parte da escola que fecha os olhos para jogadas ríspidas - e houve muitas no clássico desta quinta-feira - e mostra zelo excessivo na hora da comemoração. Não vacilou meio segundo para mostrar amarelo para Valdivia, que tirou a camisa na hora de festejar o gol da classificação. Foi um desabafo por tudo que sofreu recentemente.
Sei, sei, os legalistas dirão que é recomendação da Fifa. Mas, acima de tudo, a entidade recomenda que se coíba a violência - e nesse aspecto sua senhoria falhou. Como falhou na expulsão de Henrique.