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A Holanda de 2010 pode ser o Brasil de 1994?

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Por Luiz Raatz
Atualização:

Em toda Copa do Mundo, a Holanda sofre com o clichê do 'jogamos como nunca, mas perdemos como sempre'.  Há três gerações, o futebol holandês encanta pela ofensividade na mesma medida em que decepciona em momentos decisivos.  O primeiro show veio na Copa de 1974, com a Laranja Mecânica de Cruyff e Resembrink, comandada por Rinus Michels,  e inspirada no grande time do Ajax,  chegou à final do mundial, mas perdeu o título para a Alemanha do Kaiser Franz Beckenbauer.

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Nos anos 80, Gullit, Rijkaard e Van Basten brilharam no Milan e conseguiram o título de maior expressão do futebol holandês, a Eurocopa de 1988. Na Copa de 90, no entanto, os laranjas pararam na Alemanha nas oitavas de final.

Veio a década de 90 e uma nova geração de jogadores muito talentosos: Bergkamp, os irmãos de Boer, Davids, Kluivert e Seedorf. O carrasco da vez foi o Brasil. Duas eliminações seguidas, em 1994, nas quartas de final (com o gol espírita do Branco), e na semifinal na Copa seguinte (com os milagres de Taffarel).

Nesta Copa, Sneijder e Robben comandam a equipe. Mas ao contrário de outros mundiais, a Holanda não tem empolgado tanto. O futebol é mais eficiente.  Aperta quando tem de apertar. Se necessário, sabe cozinhar o adversário, como fez hoje contra a Eslováquia.  Como é tradição no futebol holandês, utiliza três atacantes, mas Robben e Kuyt fecham o meio sem a bola, num 4-2-3-1. Os volantes sabem sair para o jogo , mas marcam muito bem. Ainda conta com bons reservas, como Van der Vaart, Elia e Huntelaar.

Em 1994, o Brasil trouxe o tetra adotando o famoso 'futebol de resultados'. A equipe de Parreira detinha a posse de bola e apostava em um ataque talentoso, formado por Bebeto e Romário, para vencer as partidas. Mazinho e Zinho formavam um meio ofensivo pouco inspirado, mas Jorginho e Branco apoiavam bem, e Mauro Silva e Dunga garantiam a marcação e a saída de bola.

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Talvez o símbolo desta equipe holandesa seja o meia Sneijder. Discreto e eficiente. Revelado no Ajax, foi dispensado do Real Madrid e chegou ao auge na Inter de Milão, comandando o cerebral meio campo interista na conquista da tríplice coroa (Copa da Itália, Italiano e Liga dos Campeões).

Na seleção, é menos badalado do que Robben, mas é o maestro do time. Todos as ações ofensivas passam por ele. Foi seu o lançamento para o camisa 11, que culminou com o primeiro gol de hoje. Foi seu também o segundo gol holandês. Finaliza bem de fora da área e é o artilheiro de uma equipe que faz e leva poucos gols.  Passa, lança e finaliza. É com ele que o Brasil deve ter cuidado caso passe pelo Chile.

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