A ausência de Felipe Melo preencheu uma lacuna, e o Brasil se tornou mais leve, insinuante, arisco.
Ramires no lugar de Felipe Melo e Dani Alves no lugar de Elano foi uma combinação muito interessante, difícil de largar.
O Chile respeitou demais o Brasil, já entrou temeroso, e isso facilitou tudo. Suazo jogou muito isolado, sem assistências boas, e isso tornou a tarefa de Juan e Lúcio mamão com açúcar. Os dois foram impecáveis, como sempre.
O Brasil, curiosamente, foi muito mais Brasil em sua quarta partida na Copa do Mundo. Pior para o Chile, que não viu a bola.
Os gols de Juan e Luiz Fabiano, aos 34 e 38 do primeiro tempo, sacramentaram o resultado - não havia nada mais a fazer, e Marcelo Bielsa, bufando na beirada do gramado, sabia disso. Valdivia veio apenas para fazer figuração chique, bom jogador que é.
No segundo tempo, o terceiro gol, de Robinho, foi apenas a pá de cal num jogo já definido.
Dunga tirou Luiz Fabiano para a entrada de Nilmar, Robinho para a entrada de Gilberto (quem?), Kaká para a entrada de Kleberson. O Brasil deixou de ser um time para ser um coletivo de preparação.
Olhando friamente, responda às perguntas:1. Michel Bastos melhorou?2. Kaká chegou ao ponto de bala?3. Robinho está menos travado?4. Luiz Fabiano já é o terror da pequena área?
Se você respondeu não a todas essas perguntas, não é porque torce contra. É porque é realista. O time evolui jogo a jogo, e esses jogadores com ele. Mas estão todos aquém do que poderiam render.
Mas é difícil agora não aprovar Gilberto Silva. Fez um partidaço.
Maicon já correu mais - nas suas costas, quase que o Chile desconta dentro da área, sem marcação.
Contra a Holanda, um time que joga e deixa jogar, o Brasil precisa acertar ainda mais, calibrar os chutes e os passes e a velocidade. Aí, é só esperar a semi-final. Hoje, a torcida foi feliz sem culpa.