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Futebol perde de goleada para a Fórmula 1

Por miltonpazzi
Atualização:

Para quem gosta de esporte, um final de semana na principal categoria do automobilismo mundial, a Fórmula 1, consegue ser muito mais fascinante que uma final de Copa do Mundo. Faço a comparação com base na experiência de quem já passou pelo final de semana dos paddocks e colheu opiniões de quem esteve no momento decisivo da modalidade mais popular do mundo.

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Na Fórmula 1 o discurso de seus profissionais com a imprensa é polido, ensaiado, com muito cuidado para não criar problemas, com objetividade. Lá é possível participar de tudo o que envolve o evento. O tratamento é cordial, educado e eficiente. Você sabe onde pode ir, quais os limites e tudo é organizado. Todos falam, cumprem horários e compromissos (com raras exceções) e se você não teve como acompanhar, existe uma forma de saber o que aconteceu (os assessores de imprensa realmente informam a imprensa).

Enfim, a categoria sabe que é um evento, que é diversão. E permite, inclusive, a quem pode pagar, ter acesso a tudo isso. São muitas as pessoas que fazem as visitas aos boxes das equipes, conhecem os equipamentos, tiram fotos com os pilotos e dos carros, podem comprar seus souvenirs sem problemas. Mesmo quem fica num setor mais barato, sai satisfeito do que vê (apesar de alguns problemas, que sempre acontecem). A Fórmula 1 custa muito dinheiro e sabe ganhar ainda mais com isso.

E o futebol? O discurso dos jogadores, funcionários e diretores é ensaiado, pobre de vocabulário e deliberadamente dissimulado. O jornalista não tem condições de trabalho na imensa maioria dos estádios, os torcedores que pagam o ingresso mais caro não têm o tratamento justo... E os que pagam o mais barato, então, nem se fala. Tudo é escondido (a experiência de ficar numa "Zona Mista" é horrível - todos se acotovelam, empurram, etc.). Isso quando não acham que a culpa é da imprensa e fazem greve de silêncio.

Numa final de Copa, é tudo organizado, mas extremamente fechado. Um exemplo, como repórter: tente falar com Bernie Ecclestone e com Joseph Blatter, os chefões da Fórmula 1 e da Fifa, respectivamente. O primeiro, no GP do Brasil do ano passado, falou com quem lhe procurou e lhe tratou com o merecido respeito. Já o segundo, o problema é conseguir falar com ele. Tudo é feito para o contrário (que você não fale com ele).

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O futebol brasileiro está encolhendo e a Fórmula 1 só cresce (não que vá tomar o posto de esporte preferido aqui no Brasil, isso é impossível). Não digo que se deve copiar rigorosamente o que acontece lá, pois os estilos são diferentes, mas o exemplo vale, como qualquer coisa positiva que acontece neste mundo. Recomendo a todos que, se puderem, um dia acompanhem uma etapa no autódromo (independente da maneira). A experiência é inesquecível. E exemplar.

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