Luiz Zanin Oricchio
04 de agosto de 2010 | 23h56
Mesmo com derrota, o Santos é o campeão da Copa do Brasil. Os 2 a 1 não bastaram para dar a taça ao Vitória, que foi valente, lutou mas acabou sucumbindo diante de um time melhor na soma dos dois jogos.
Essa conquista é muito importante para o Santos. Pelo título inédito, em si, em primeiro lugar. E, depois, porque já garante a vaga na Libertadores do ano que vem, o que muda todo o planejamento do clube. Valeu, mas foi suado, muito suado, muito mais do que poderia ter sido.
O primeiro tempo foi bem controlado pelo Santos, depois do sufoco inicial do Vitória, o que estava previsto, pois jogava em casa e precisava descontar os 2 a 0 que levara na Vila. O que fez o Santos, para combater essa pressão? Diminuiu o ritmo da partida, trocou passes, desacelerou. Foi inteligente.
O Vitoria teve algumas chances. O Santos também, mas, por excesso de preciosismo, não chutava em gol. No final do primeiro tempo, veio a recompensa: bola levantada por Neymar e Edu Dracena marcou de cabeça. A fatura parecia liquidada quando os times foram para o vestiário.
Mas o futebol é que nem o Programa do Chacrinha: só acaba quando termina. O jogo no segundo tempo fica dramático com a pressão do Vitória. O negócio era jogar a bola dentro da área, mesmo porque, com chuva e aquele campo do Barradão, botar a bola no chão ficava difícil, senão impossível.
Aos 21′ Ganso recebe cara a cara com o goleiro e Viáfara faz grande defesa. Podia ter matado a partida. Aos 23′, é Marquinhos quem perde. Aos 25′ é o Vitória quem joga a bola na trave.
Com essa série de oportunidades perdidas, o gol parecia querer sair a qualquer momento. E foi o que aconteceu. O jogo já estava morno quando Wallace empatou no Barradão aos 12′ . Aos 32′ Junior marca e vira o jogo para o Vitória, complicando as coisas para o Santos, muito recuado e esperando o tempo passar. Tomou esse castigo.
O jogo pega fogo. E o Vitória é todo pressão. O santos só se defende e não consegue ligar o contra-ataque. O Vitória se lançou desesperado ao ataque. Teve chances, o Santos também poderia ter matado o jogo, mas ninguém marcou. A reação do Vitória veio tarde demais. E a missão era quase impossível. Depois de tomar o gol no primeiro tempo, precisaria fazer quatro no segundo para se tornar campeão.
Foi uma bela final. Nem tanto pela qualidade técnica do jogo mas pela emoção. Premia o time que foi o melhor do Brasil no primeiro semestre mas depois voltou meio apagado. Retomou a chama em tempo e ganha esse importante título.
Parabéns a toda a galera santista.
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