foto: Revista The Ring
Em 29 de janeiro de 1994, a TV brasileira não comprou os direitos de transmissão para a luta entre Julio Cesar Chavez contra Frankie Randall. Como não havia internet, quando cheguei na redação no domingo, perto da hora do almoço, corri direto para a máquina dos telegramas.
E era impressionante a quantidade de notícias de esporte. A maioria de boxe. Afinal, Randall havia derrotado Chavez, por pontos, em decisão dividida, com direito a uma queda do mexicano no 11º assalto e o desconto de um ponto por causa de golpe baixo.
Era o fim da invencibilidade de "JC" após 90 lutas. Foi um choque semelhante ao sofrido na derrota de Mike Tyson para James Buster Douglas quatro anos antes. Na segunda luta, menos de quatro meses depois, vitória de Chavez, quando o duelo foi paralisado no oitavo assalto por causa de uma cabeçada. A infração de Randall lhe valeu um ponto, que acabou sendo decisivo no resultado, pois o veredicto foi dado naquele momento da luta.
Dono de um estilo bonito de se ver lutar, com golpes precisos, ganhou o apelido de "O Cirurgião". O fim de carreira de Randall foi melancólico, com 13 derrotas nas últimas 16 lutas. Inclusive mais uma para Chavez, em 2004, no México. Ele morreu nesta quarta-feira, aos 59 anos, vítima de demência pugilística.