Wilson Baldini Jr.
25 de novembro de 2020 | 08h12
O Superdome, em New Orleans, na Louisiana, recebeu 25.038 espectadores, que deixaram nas bilheterias mais de US$ 3 milhões, graças aos ingressos de US$ 40 a US$ 1 mil para ver a segunda luta entre Roberto ‘Manos de Piedra’ Durán e Sugar Ray Leonard, em 25 de novembro de 1980.
No primeiro duelo, cinco meses antes, em Montreal, no Canadá, o panamenho havia vencido em um duelo espetacular de 15 rounds. Desta vez, Sugar era o favorito nas apostas na proporção de 6 por 5. Cerca de 60 países compraram os direitos de transmissão da TV ABC, que pagou US$ 2,5 milhões para o empresário Don King. Outras 345 localidades nos EUA e Canadá passaram o evento em circuitos fechados.
Para defender o cinturão pela primeira vez, Durán tinha uma bolsa garantida de US$ 8 milhões, enquanto Sugar iria receber US$ 7 milhões.
O duelo começou tão bom quanto primeiro. Sugar estava mais confiante e fez de tudo para tirar a concentração de Durán. Sapateou, deu manivela, baixou a guarda…. No oitavo round, a vantagem do americano nas anotações dos jurados era mínima: 68 a 66 (duas vezes) e 67 a 66.
Com Sugar aumentando o ritmo, Durán, de forma surpreendente, avisou ao juiz que não iria seguir na luta: ‘No sigo, no sigo, no sigo”. Para alguns jornalistas próximos ao ringue, Manos de Piedra teria dito “No, más”.
Sugar foi declarado vencedor por nocaute técnico e Durán chegou a falar que sentia dores estomacais. Versão desmentida pelo próprio lutador a caminho do hospital depois do combate. A amigos próximos, Durán teria dito estar envergonhado com sua atitude e que teria ficado irritado com a postura debochada de Sugar.
Durán foi muito criticado no Panamá e acabou sendo multado pela comissão atlética em US$ 7,5 mil. Os dois voltariam a lutar em 1989, com nova vitória de Sugar, desta vez por pontos, após 12 assaltos.
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