Em 15 de fevereiro de 1978, Muhammad Ali, aos 36 anos, não era sombra do fantástico peso pesado da década de 60 e não tinha mais os reflexos que o fizeram encarar guerras diante de Joe Frazier, George Foreman e Ken Norton.
Mesmo assim, seu carisma garantiu a venda dos 5.298 ingressos no Hotel Hilton, em Las Vegas, proporcionando a bilheteria de US$ 756.300,00 para a luta contra o novato Leon Spinls, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976.
O vencedor deste duelo iria encarar Ken Norton, primeiro no ranking do Conselho Mundial de Boxe. Ali vinha de uma luta dura diante de Ernie Shavers, enquanto Spinks, com apenas sete lutas como profissional (seis vitórias e um empate), somava vitórias diante de rivais sem expressão.
Ali tinha uma bolsa de US$ 3,5 milhões, enquanto Spinks receberia US$ 320 mil. O canal CBS pagou US$ 3,8 milhões pelos direitos de transmissão, que teve uma audiência de 70 milhões de telespectadores.
Ali era o favorito na bolsa de apostas: 10 por 1.
Desgastado pela carreira duríssima, Ali foi ao limite físico para enfrentar a determinação do limitado Spinks. Ao final dos 15 roundes, a Associated Press chegou a apontar Ali como vencedor por 143 a 142, mesma pontuação de um dos juízes. Os outros dois foram a favor do desafiante: 145 a 140 e 144 a 141.
Pela primeira vez desde 1935, quando Jim Braddock bateu Max Baer, que um desafiante ganhava o título mundial dos pesos pesados com um triunfo por pontos.
Spinks assombrou o mundo do boxe, mas apenas por sete meses. Mas aí é uma outra história.