Há 40 anos, Larry Holmes manteve o cinturão do Conselho Mundial de Boxe diante de um Muhammad Ali em um combate desigual. Enquanto o campeão estava no auge da forma, o desafiante, visivelmente debilitado, não era nem sombra do lutador que havia feito combates épicos frente a George Foreman e Joe Frazier.
Ali teve de se submeter a exames neurológicos na Clínica Mayo de Minnesota, cujos relatórios não foram divulgados na época, mas permitiram que o ex-campeão tivesse sua licença de boxeador para lutar.
Ali se apresentou com 98,6 quilos, seu peso mais leve desde a luta com Foreman no Zaire, em 1974, mas sua forma de falar, caminhar e soltar os golpes mostravam que algo não estava correto em seu físico.
Foram dez assaltos de total domínio de Holmes. Ex-sparring de Ali, o campeão, que era fã do lendário lutador, pareceu diminuir o ritmo nos últimos momentos da luta e até evitou golpes na cabeça. Passou a usar jabs e concentrou seu ataque no corpo.
O público, sentindo o péssimo momento, começou a gritar "Ali, Ali, Ali", na tentativa de animar o lutador, que estava extenuado., o técnico Angelo Dundee mandou o juiz Richard Green parar o combate no intervalo do 10º para o 11º round.
Constrangido, Holmes foi até o córner, abraçou Ali, chorou e foi confortado por Rudy, irmão mais novo de Ali. No vestiário, o campeão chorou muito e ratificou sua idolatria pelo mito. "Ele é um dos maiores de todos os tempos. Sempre será. E eu o amo."