Nesta quinta-feira estive no Autódromo de Interlagos, onde fui acompanhar a primeira entrevista coletiva sobre o GP do Brasil de Fórmula 1. Lá, tive o prazer de reencontrar Castilho de Andrade, que foi meu primeiro chefe no Jornal da Tarde, em 1991.
Castilho é um dos responnsáveis por eu gostar tanto de boxe, pois lia suas matérias sobre a nobre arte. Grande repórter, ele era um 'setorista' do boxe. Acompanhou de perto a carreira de Eder Jofre (segunda fase), João Henrique, Miguel de Oliveira, Servílio de Oliveira e tantos outros.
No meio do papo sobre boxe, Castilho me contou esta história:
"Acho que foi em 1973, depois do Eder ganhar o segundo título mundial, em Brasília, diante do José Legra. Eu marquei uma entrevista com o Eder na academia. Ele demorou para chegar e o Kid (Kid Jofre, pai do Eder), me convidou para um 'sparring'. Eu fiquei um pouco assustado e ele disse que jornalista tinha de saber como era uma luta. Mandou o Tobi (auxiliar) me arrumar calção, luva, tudo suado. Eu vesti e fui lutar. Ele dizia para eu proteger o rosto e o estômago. Numa dessas, ele me driblou e acertou uma pancada na barriga. Eu precisei de massagens para conseguiu me recuperar. Mas lembrando agora é muito divertido."
Castilho ainda não viu o filme "10 segundos para vencer", que conta a história da vida de Eder Jofre e tem o ator Osmar Prado, interpretando Kid Jofre. "Kid era um engraçadamente grosso", diz o jornalista, com saudades.
Kid Jofre morreu em 1974, aos 67 anos.