Wilson Baldini Jr.
09 de maio de 2022 | 12h40
Boxe é uma luta, não uma briga. Lógico que é importante ser forte para praticar este esporte, mas usar o cérebro é o principal. A vitória de Dmitry Bivol, sábado, em Las Vegas, sobre o mexicano Saul Canelo Alvarez ratificou o princípio de que o boxe se vence também com a inteligência.
O russo campeão dos meio-pesados mostrou mais uma vez ser inteligente, frio e dono de uma tática que pode se adequar aos adversários, sem precisar trocar golpes à toa.
Bivol adotou a forma de lutar na média/longa distância e não proporcionar o contra-ataque para Canelo, principalmente quando o mexicano estava nas cordas. Soube usar o jab e teve boas sequências para quebrar o entusiasmo do rival.
Em nenhum momento se incomodou com o clima todo favorável ao adversário, até arriscou falar em espanhol para se mostrar simpático durante a pesagem e aceitou ter seu nome em segundo lugar na chamada da luta (CaneloBivol), entrar no ringue em primeiro e ser anunciado para a luta antes do desafiante, quebrando regras tradicionais do boxe.
Com Bivol, os amantes do boxe tiveram mais uma aula de que só valentia não leva ninguém à glória.
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