Bruno Voloch
07 de dezembro de 2019 | 12h22
É compreensível a decepção, afinal Minas e Praia Clube deitaram na primeira fase do mundial da China.
Mas acredite, foi melhor assim.
Bom para cair na realidade e pedir tempo para reavaliar algumas questões como o ranking, por exemplo, e a direção do vôlei feminino do BRASIL.
No fundo seria constrangedor ver os times brasileiros envolvidos na semifinal e jogando contra italianas ou turcas de Eczacibasi, Vakifbank, Novara ou Conegliano.
Nossa realidade é a Superliga. Ponto.
E ainda há quem defenda, caso de insanidade, que o BRASIL tem o melhor campeonato do mundo.
Nem em sonho.
A Europa está em outro patamar. As semifinais do mundial foram uma leve demonstração de como estamos atrasados e parados no tempo. E não é simplesmente pela questão financeira ou desvalorização da nossa moeda.
Mentalidade e profissionalismo principalmente.
O que se viu e se vê também é uma clara evolução tática das equipes da Europa e suas respectivas comissões técnicas.
Os jogos entre Vakifbank e Coneglianos e depois Vakifbank e Novara foram autênticas demonstrações do vôlei moderno, eficaz e extremamente veloz.
Isso independentemente do desfile de craques como Boskovic, Natalia, Egonu, Gabizinha, Brakocevic, Hill, Vasileva, Kim, Rasic, Haak e por aí vai …
É hora de repensar a história do ranking.
A omissão da CBV, Confederação Brasileira de Vôlei e a vaidade e mentalidade retrógrada da maioria dos dirigentes impedem o BRASIL de lutar em igualdade de condições com os europeus.
Restou ao Minas e Praia Clube lamberem os beiços e comemorarem o fato de estarem disputando o quinto lugar.
Foi o que sobrou.
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