Foram quase duas horas de conversa com o público e torcedores. Carol, sempre bem disposta, respondeu todas as perguntas com bom humor e sabedoria.
'Me sinto muito bem no Minas. Vamos conversar, mas diria que as coisas estão bem encaminhadas. Tenho uma identificação grande com o clube, diretoria e principalmente a torcida. É claro que não depende apenas de mim, mas acho que teremos um final feliz sim'.
O cancelamento da Superliga, segundo Carol, era a única alternativa diante do caos mundial por causa da pandemia do coronavírus:
'É uma pena. Triste. Nunca passei por isso antes, mas não tinha jeito e clima para seguir. Não é o vôlei, não é o esporte, é o mundo e a gente não poderia ir no sentido contrário. Todos precisam entender e ler que em primeiro lugar está o ser humano'.
Carol elegeu Thaísa a MVP da Superliga:
'Foi ela. O curioso é que nunca tinha jogado com a Thaísa em clube, só na seleção. Ela foi a melhor jogadora do campeonato. Fácil. Está numa forma exuberante e certamente seria eleita a MVP se o campeonato tivesse chegado ao fim'.
Perguntada sobre a participação do Praia no Sul-Americano, Carol não quis criar polêmica, mas discorda da decisão da CBV, Confederação Brasileira de Vôlei:
'Não acho correto simplesmente porque a Superliga não acabou. Nós tínhamos a vaga por direito, mas Rio, Bauru, Osasco e Barueri ainda poderiam ser finalistas. Entendo que o Praia tenha terminado como líder, mas não foi homologado campeão'.
Nas duas horas de conversa, Carol foi perguntada como enxerga a nova geração, diferenças e semelhanças com a dela, por exemplo:
'Muito diferente. Hoje falta comprometimento, mais responsabilidade e humildade para muitas meninas. Uma pena. Orientação profissional, seriedade com o trabalho. Acho que de certa forma as redes sociais acabam tirando o foco dessa juventude, mas não é só isso'.
Carol disse que pretende trabalhar com esporte no futuro, mas ainda pensa em seleção e fala em Tóquio 2021:
'Óbvio que sim. Me sinto ótima e inteira aos 38 anos. Quero sim estar no Japão e realizar esse sonho. Meu joelho está inteiro, 100% e respondendo bem. Não depende de mim, mas espero corresponder dentro de quadra e fazer por merecer'.
A jogadora aproveitou para elogiar a estrutura do Minas, que tem sido fundamental a cada temporada:
'As pessoas acham que só conta a grana e o lado financeiro. Também. Só que hoje a estrutura do Minas não fica atrás para clube nenhum do mundo. Temos os melhores equipamentos, fisioterapia e profissionais competentes que nos dão a segurança no dia a dia. A diferença passa por aí, tem peso enorme na hora de decidir e assinar contrato'.