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Chico dos Santos explica saída da seleção masculina e diz que 'mulheres são especiais'

Ele trocou os homens pelas mulheres.

Por Bruno Voloch
Atualização:

Chico dos Santos, que fez história no extinto vôlei de Ribeirão Preto,  voltou a trabalhar com o feminino. Assumiu no ano passado o Bauru e classificou a equipe para a Superliga.

O técnico fez parte da comissão técnica da seleção masculina comandada por Bernardinho. A saída causou surpresa. Chico nunca falou sobre o tema.

Procurado pelo blog, foi cauteloso ao comentar o assunto, mas deixou claro que a chegada de Rubinho, hoje homem de confiança de Bernardinho, acabou deixando a seleção pequena demais para tanta gente.

 Foto: Estadão

Chico falou ainda da rápida passagem pelo vôlei do Peru e confessou que não acredita que a seleção possa se classificar para a Olimpíada.

Como foi sua experiência na seleção masculina?

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Para mim foi muito bom. Aprendi várias coisas e convivi bastante  tempo com os melhores jogadores do mundo.

A sua saída até hoje foi mal explicada. O que aconteceu?

Eu sai porque fiquei achei que era hora de dar espaço pra outros técnicos.

Nos bastidores os comentários são de que você e o Bernardinho de desentenderam. É verdade?

Não teve desentendimento. Ocorreram coisas normais que acontecem nos jogos. As vezes nossas opiniões não são ouvidas isso é normal. Ele é o técnico. Eu era muito ouvido e as vezes não concordava com algumas coisas. Isso é bem normal dentro de uma comissão técnica.

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Então vocês discordavam. Pode ser mais claro?

Olha, quando estamos trabalhando com voleibol e stress é muito alto por parte de todos. Quando discutimos algumas coisas nem sempre são entendidas por 3 pessoas, eu, Bernardinho e Rubinho. Quando eu estava com o Bernardo e o Ricardo Tabachi as coisas eram mais tranquilas porque o Tabachi ficava só com a técnica eu e o Bernardo fazíamos a parte tática. Isso foi entre 2000 e 2006 quando só tínhamos duas pessoas responsáveis pela tática. Quando eu voltei em 2009, o Rubinho já estava e a divisão passou a ser em 3.

E sua passagem relâmpago pela seleção feminina do Peru? Por que foi demitido?

Quando acabou a Olimpíada de Londres eu fui imediatamente para  o Peru. Fiz um contrato 'de boca' com o presidente para eu trabalhar até os jogos Rio em 2016. Depois de 3 meses aconteceram as eleições na federação. O presidente que me contratou perdeu e o que entrou queria seguir a linha asiática. Então ele me mandou embora.

O Peru teve sempre grande tradição no vôlei mundial. Hoje é apenas a terceira ou quarta força do continente. Esse tempo não volta mais?

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Acho difícil com esse atual presidente. Ele está perdido. Agora contratou outro técnico brasileiro.

 Foto: Estadão

Você assumiu o time feminino de Bauru. Foi campeão da segunda divisão e vai jogar a Superliga. Como será trabalhar com as mulheres de novo?

No começo foi difícil pelo grande tempo que fiquei com o masculina. Foram 15 anos. Mas agora já estou adaptado. Eu só preciso ter paciência porque as mulheres são diferentes no tratamento e especiais.

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