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Claudinha, lesionada, tem jogado no sacrifício em Osasco: 'A mente quer dar mais, só que o corpo não responde'.

A má campanha de Osasco nesse início de temporada chama atenção. Ver a equipe na oitava colocação antes da parada para as festas de fim de ano é incomum e não condiz com a vitoriosa história do clube paulista.

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Por Bruno Voloch
Atualização:

O blog foi tentar entender o que se passa em um dos mais tradicionais times do BRASIL que precisou se reestruturar após a saída do principal patrocinador.

Osasco sobreviveu, mas por causa da indefinição em relação ao futuro acabou saindo atrás no mercado e como consequência ficou sem alternativas para determinadas posições. Não foi o caso de Claudinha, que sempre fez parte dos planos e escolhida para substituir Fabíola.

 

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Só que o cérebro de Osasco tem problemas que a maioria desconhece.

Claudinha conversou com o blog e admitiu que tem jogado no sacrifício por causa de uma lesão no calcanhar. E ela não é a única. O blog apurou que Carol Albuquerque, ombro, e Hooker, que não jogava desde março antes de reaparecer, não estão 100%.

Só que o caso de Claudinha é o mais delicado, tanto que a atleta chegou ao ponto de comemorar a pausa para o natal e ano novo.

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Ela espera voltar inteira em 2019. Nessa entrevista a jogadora fala da gravidade da lesão, agradece o apoio da comissão técnica e da torcida. A levantadora reconhece a má fase do time, mas diz que confia no elenco e na reação de Osasco na Superliga.

A má campanha de Osasco na Superliga pode ser atribuída ao fato de algumas jogadoras não estarem 100% fisicamente e lesionadas?

Estamos sim vivendo uma má fase na Superliga. Mas eu acredito muito no nosso time e que podemos fazer melhor. As lesões atrapalham, pois a mente quer dar mais, só que o corpo não responde.

Você tem uma lesão no pé? Procede? Como surgiu o problema?

Procede. Tenho um esporão calcâneo. Começou na temporada passada e quando ainda jogava pelo Praia ele não era tão intenso assim. Conseguíamos controlar com tratamentos e remédios. Acabou a temporada fui para a seleção militar, onde todos já estavam sabendo da minha lesão, então fiquei 3 semanas só tocando, parada e fazendo parte física para não perder o ritmo. Treinei um pouco mais na semana da viagem para o Canadá e joguei só os 2 últimos jogos pelo exército. E lá comecei a sentir um pouco de dor. Voltei e fui para a seleção brasileira disputar a Copa Pan-Americana. Estava sentindo dor também. Ao me apresentar em Osasco, Luiz e toda comissão técnica me pouparam em tudo que sobrecarregava. Então voltei a treinar parada e só fazer parte física. E por um bom período meu pé deu uma zerada e não sentia mais nada. Mas com a carga de treinos e os jogos da fase final do paulista, as dores e o inchaço voltaram. E desde lá só vem piorando.

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É verdade que atuou em algumas partidas no sacrifício?

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É verdade sim. Sempre aguentei bem dores, afinal atleta é isso mesmo. Mas a dor foi aumentando e atingiu um grau que não conseguia caminhar direito. Essa situação me deixou irritada por não conseguir dar o meu melhor, por estar limitada para vários movimentos. Mas queria estar ajudando a equipe de alguma forma porque não estamos passando por uma fase boa, mas acaba que meu rendimento também estava caindo por conta da lesão. Isso me deixa muita chateada.

Quando você acha que estará 100% fisicamente?

Olha, se Deus quiser na volta das festas de fim de ano quero estar me sentindo bem melhor e ganhar esse presente de papai noel. Essa parada de final de ano será importantíssima para a gente se cuidar, fazer atividades físicas diárias, cuidar da parte técnica e no meu caso amenizar minha lesão.

Como está se sentindo na primeira temporada em Osasco?

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Estou muito feliz. Fui muito bem recebida no geral. Todos da comissão técnica e o Luizomar foram e continuam sendo sensacionais desde quando cheguei. E agora nessa situação da minha lesão seguem ao meu lado. Quero enfatizar que recebo muitas mensagens de apoio dessa torcida fanática de Osasco.

 

E por falar em torcida. Dá para confiar no time ainda? Osasco ainda pode surpreender e reagir?

Sobre isso primeiro quero agradecer e pedir desculpas pelo momento que estamos vivendo. Mas eles podem ter certeza que queremos muito que essa situação mude também e seja revertida o quanto antes. Por isso quero estar 100% logo para poder trabalhar sem dor porque só juntas poderemos colocar Osasco no seu devido lugar. Nós jogadoras é que temos que responder. Osasco tem uma bela de uma equipe e acredito muito que podemos sim reagir na competição, que está completamente aberta. Os adversários sabem o peso dessa camisa. É trabalhando que vamos encarar essa fase difícil e acertar as coisas internamente para que momentos melhores venham. Nossa torcida mesmo na dificuldade está do nosso lado e agradeço por isso.

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