É visto como 'salvação' para acabar com o incômodo jejum de 5 anos sem títulos no cenário internacional.
Mas não será agora, até porque Leal não poderia participar dos jogos olímpicos do Rio em 2016 por causa das exigências e do prazo estabelecido pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei), regra mundial.
O BRASIL sofre não é de hoje também nas pontas e conta apenas com Lucarelli. E só.
Leal é unanimidade.
Se na bola o cubano se garante, não dependerá dele vencer a política e o preconceito daqueles que são radicalmente contra a presença de 'estrangeiros' na seleção.
http://esportes.estadao.com.br/blogs/bruno-voloch/preconceito-e-ameaca-ao-senado-no-caminho-do-cubano-leal/
Leal, simpático ao extremo, quebrou o silêncio e conversou com exclusividade com o blog.
Falou sobre todos os temas e deixou claro que tem como principal objetivo jogar pela seleção. O jogador ressaltou porém que não depende apenas de sua vontade e que não conversou com Bernardinho sobre o assunto.
Como surgiu a iniciativa da naturalização?
Isso tudo surgiu de uma conversa minha com meu agente, o Alessandro. Eu falava que queria ter a chance de jogar pela seleção. E como eu já estava aqui há muito tempo, a gente começou o processo. Essa foi a primeira iniciativa de tudo. Eu tinha esse interesse e ele começou a olhar as coisas que eu teria que fazer para conseguir a nacionalização.
Qual a sensação agora com o processo em andamento?
Eu estou muito feliz por tudo ter dado certo. Foi quase um ano e meio tratando de virar nacionalizado e isso para mim isso é muito importante. Mas o principal é eu conseguir jogar pela seleção. Esse é o meu grande objetivo.
Você voltaria para Cuba? Sua família ainda está lá?
Sim. Para passar férias. Minha esposa e meu filho vivem comigo no Brasil, mas a maior parte da minha família está lá.
Apesar de ter conseguido a vaga para Rio 2016, Cuba passou 16 anos fora dos jogos olímpicos. Quem foram os responsáveis? E o sistema?
Acho que esse problema passou pelos dirigentes, que não entendiam os jogadores. Nós tínhamos muito resultado mas não ganhávamos praticamente nada, não tínhamos como manter a família. É um sistema que não se sustentou. Pelos resultados, os atletas tinham que ter uma vida melhor. E muitos cubanos saíram em busca disso.
Qual a importância do Cruzeiro na sua vida profissional?
Acho que foi o time que mais confiou em mim como jogador, o clube me ajudou a mudar minha vida, totalmente diferente do que vivia em Cuba. Construí minha vida profissional aqui, também evolui como jogador e ganhei muitos títulos. Tem quatro anos que eu cheguei aqui, fui muito bem recebido e espero seguir com essa relação que tenho com o Sada Cruzeiro.
Você esperaria mesmo 2 anos pra jogar na seleção?
Eu já jogo no Sada Cruzeiro há quatro anos e pretendo continuar defendendo o clube. Acredito que hoje estou no melhor momento da minha carreira e acho que seria um processo natural até defender a seleção. É claro, se eu for chamado.
Já foi procurado pelo Bernardinho? Trabalharia com ele?
Eu não conversei com Bernardinho sobre isso. Acredito que ele gosta do meu trabalho. E é claro que eu trabalharia com ele. Para mim é um dos maiores treinadores do mundo, com muitos títulos conquistados.
O Leal seria bem recebido por todos os jogadores?
Seria uma coisa totalmente nova e diferente para eles, mas acho que eu seria bem recebido sim. Já tenho falado com muitos jogadores da seleção, principalmente com Lucão. Ele me incentiva muito e está torcendo para eu ir para lá. Aqui no Sada Cruzeiro já tem quatro jogadores que são da seleção. Então creio que eu seria bem recebido.
Como seria jogar contra cuba?
Eu sou profissional. Se tivesse a oportunidade de jogar contra eles eu ia fazer o meu trabalho. Então acho que não teria problemas para mim.