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Macris alcança o ápice da carreira e vira unanimidade: 'Quero ver a seleção crescer, mas cabe ao técnico decidir o que é bom para o grupo'.

Ser unanimidade no BRASIL é quase impossível. Mas não é o caso de Macris. 10 entre 10 torcedores querem a levantadora do Minas na seleção brasileira.

Por Bruno Voloch
Atualização:

O blog conversou com a jogadora em Belo Horizonte.

 

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No próximo dia 3 de março ela completa 30 anos. Não dá para esconder e é fácil notar que Macris está no ápice da carreira. Voando fisicamente e tecnicamente. Ela tem feito a diferença no Minas.

Madura, a levantadora admite que cresceu e ganhou personalidade no Minas. Personalidade sem mudar sua identidade, ou seja, manteve a essência.

Ela explica que nunca foi obcecada por seleção e quer se sentir útil caso tenha uma nova oportunidade, diferente da experiência rápida de 2015. Macris deixa claro nessa entrevista que quer o crescimento da seleção, ainda que não esteja no grupo. A jogadora conta que uma simples questão de interpretação de jogo pode causar mal-entendido.

É o melhor momento da carreira da Macris?

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Estou vivendo um ótimo momento. Não sei se é o melhor, procuro aperfeiçoar todos os dias, não me acomodar e crescer sempre.

 

Seu crescimento tem a ver com a ida para o Minas em 2017?

Todas as temporadas foram importantes desde o início. A gente vai subindo todo os dias um degrau. Foi assim no São Caetano, Pinheiros, Brasília e agora no Minas. Aqui em especial tive a chance de evoluir com um time mais inteiro, forte e com a escola (italiana) do Stefano.

E qual a importância dele na sua evolução?

Importante demais para mim. Traz toda a bagagem internacional, jogo rápido, muita velocidade e diferentes escolhas.

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A Macris ganhou personalidade no Minas?

Vai acontecendo naturalmente. Em Brasília acho que já cresci bem. Aqui no Minas coloco para fora do meu jeito. Sei que é importante para o time minha agressividade, chamar atenção e liderar. É meu papel como comandante das ações ofensivas e aos poucos essa coisa mais reservada que sempre tive eu vou soltando e colocando dentro de quadra.

 

O Minas é o melhor time do BRASIL. É o favorito ao título?

Olha, a fase de playoffs a coisa muda. A gente não pode pensar no melhor porque parece algo estagnado. Eu diria que estamos num bom momento, precisamos sempre crescer, ajustar alguns pontos e toda essa questão será colocada em prova na reta final da Superliga.

Você é hoje uma unanimidade. 10 entre 10 torcedores querem você na seleção e como titular. Como encara isso?

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Agradeço demais a opinião da torcida. É muito carinho. No fundo eu nunca fui obcecada por seleção. Eu busco sempre minha evolução como jogadora e dar o meu melhor. Só digo que nunca tinha tido uma chance em seleção, nem na base, até 2015 quando fui chamada pela primeira vez. Foi uma surpresa. Sempre tentei contribuir da melhor maneira, ajudar da forma que eu pudesse, mas cabe ao técnico decidir o que é bom para a seleção.

Como assim?

Eu explico. Não adianta ter uma peça que não tenha estilo de jogo que agrade e que não faça a seleção andar. Tem que ver se encaixa com o grupo. O que eu mais quero é ver a seleção crescer. O que tiver que ser feito, que aconteça. Se for renovação também e não necessariamente comigo. Que seja feita com outra levantadora, mas eu quero o bem para a seleção sempre.

 

Então por que você (ainda) não aconteceu na seleção?  

Não sei explicar. Quando estou dentro de quadra tento fazer o melhor. Sei das minhas limitações e talvez eu possa ser mal compreendida pelo técnico. Eu sempre quero e tento fazer o que o técnico está pedindo, só que a interpretação pode ser diferente. A visão na hora pode ser outra e isso não significa dizer que não tenha feito o que ele pediu, apenas vi de forma diferente. Um exemplo: a orientação pode ser passe B, não joga com o meio, e eu achei o passe A, por que não jogar? É isso. Interpretação e sempre fui assim. Não quis enfrentar o técnico. Se a equipe toda trabalha para remar junto, não vou remar do outro lado, mas as vezes acontece mal-entendido.

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