Bruno Voloch
23 de novembro de 2020 | 11h04
A grandeza do Flamengo é algo que não se explica, se sente. Seja amando, ou odiando o sentimento é sempre intenso. Não existe meio termo.
A crise entre o presidente Rodolfo Landim e Bernardinho é fácil explicar.
Os envolvidos, recém-chegados, não são Flamengo. Primeiro erro, ponto básico, a falta de identificação com o vermelho e preto.
O Flamengo não precisa deles, ou melhor, o Flamengo não precisa de ninguém. Aliás, ninguém pode ser mais importante do que o próprio Flamengo.
As jogadoras e a comissão técnica desconhecem o que é ser Flamengo. Não imaginam a grandiosidade do clube. Não sabem onde estão pisando. É outro patamar com 45 milhões de torcedores.
Torcida, na acepção da palavra.
Incomparável.
Não gente que veste a camisa da empresa e vai para arquibancada bater palmas como o Rio estava acostumado.
Para qualquer outro time da Superliga, a camisa é uma simples peça de roupa ou um uniforme. Para o rubro-negro a camisa é um verdadeiro manto sagrado.
Eis a questão.
O estudo anual da consultoria BDO, mostra que o Flamengo se tornou o primeiro clube brasileiro ultrapassar o montante de R$ 2 bilhões como valor de marca.
O Flamengo e a empresa de Bernardinho trocaram farpas publicamente, segundo consta, por desavenças financeiras. Cedo, mas previsível.
A marca do clube por si só paga qualquer conta.
O Flamengo não depende deles.
O que os recém-chegados não entenderam é que o Flamengo não tem dono. A torcida é uma nação mais forte que qualquer exercito, mais popular que qualquer banda e mais idealista que qualquer religião
O presidente Rodolfo Landim não se pronunciou oficialmente. E nem vai. A prioridade é e será sempre o futebol, verdadeiro carro-chefe do clube.
Para bom entendedor, meia palavra basta.
A única certeza nesse imbróglio todo é que a parceria irá durar pouco. O mal-estar e o desconforto são visíveis.
Quem tudo quer, nada tem.
O Rio, procurou o Estadão e deu sua versão oficial sobre os fatos:
‘O Contrato de Patrocínio assinado com Flamengo, pelo prazo de uma temporada, tem como contraparte o Rio de Janeiro Vôlei Clube e não empresa ligada ao técnico Bernardinho, como equivocadamente mencionado na nota do Flamengo. Nossa política é no sentido de não nos manifestarmos sobre fatos que estão fora da alçada da nossa entidade. Não obstante, gostaríamos de registrar a correção e retidão do Sr. Delano Franco em todas as tratativas e negociações visando a celebração do Contrato de Patrocínio e o cumprimento das obrigações dele decorrentes. Tudo que com ele era combinado, foi cumprido. Continuaremos, como sempre, em respeito aos admiradores do voleibol, aos nossos parceiros e colaboradores, a cumprir nossas obrigações sejam elas objeto de instrumentos contratuais ou de acordos verbais’.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.