Quando um profissional do gabarito de José Roberto Guimarães, tricampeão olímpico, desiste simplesmente de competir e manda seu time sair de quadra é sinal que chegou ao limite.
Inconformado com os erros de arbitragem, o treinador tomou a inédita decisão de abandonar a partida contra o Praia Clube em Uberlândia. Mais uma marca negativa para a atual gestão do vôlei brasileiro.
Barueri perdia por 2 sets a 1 e empatava o quarto set em 27 a 27 quando Fernando de Souza deu cartão vermelho para a líbero Nyeme (que tinha razão) por reclamação. Indignado com a postura do árbitro, o técnico não aceitou a marcação, tirou as jogadoras de quadra e forçou novo cartão vermelho dando a vitória ao adversário.
Não se deve incentivar a prática, até porque se a moda pegar teremos a partir agora um w.o atrás do outro.
O que não dá mais para aceitar, e não é de hoje que o blog bate nessa tecla, é a falta de profissionalismo, despreparo e incompetência da maioria dos árbitros brasileiros. Seria injusto generalizar, mas são poucos que escapam. E tudo isso com a conivência da CBV, Confederação Brasileira de Vôlei.
O recado corajoso de José Roberto Guimarães veio em ótima hora. Melhor representante para os treinadores seria impossível e duvido que a entidade tenha coragem de punir o treinador ou Barueri.
Não faria isso.
O sufoco inesperado do Rio contra o Pinheiros, sempre se enrolando com os pequenos, a merecida vitória do instável Bauru contra o não menos confiável Osasco e a aula de bloqueio do Minas na classificação contra o Fluminense passaram despercebidos. E tinha que ser assim.
O recado de José Roberto Guimarães, cansado, foi uma resposta à altura para os dirigentes que comandam o vôlei no país e a famigerada Copa Brasil, que na teoria é razoável, mas na prática não vale rigorosamente nada. Nem para o campeão.