Grandes ídolos - Gamarra

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Por Redação
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 SÃO PAULO - Foram somente 80 jogos pelo Corinthians, é verdade, mas não há lista dos melhores jogadores da história do clube em que Gamarra não esteja escalado. Entre janeiro de 1998 e junho de 1999, o paraguaio foi o dono da zaga alvinegra. Pouco importava quem completasse a dupla de defensores. Para o torcedor, o camisa quatro era sinônimo de segurança na defesa.

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"Fico feliz por ser lembrado. Até hoje, quando vou ao Brasil, os corintianos me tratam muito bem", disse o ex-jogador, aos 38 anos. "Aquele time (de 1998 e 1999) tinha jogadores incríveis e um comandante (Vanderlei Luxemburgo) competente. Foi um dos melhores times em que joguei."

Coube a Gamarra, capitão da equipe, erguer a taça do segundo Campeonato Brasileiro da história corintiana, após a vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, no terceiro jogo da decisão. "Aquele ano foi muito especial. Fizemos um campeonato perfeito. Terminamos a primeira fase em primeiro lugar e seria muito ruim se a gente perdesse aquela taça", lembra Gamarra. "Fui campeão no Cerro Porteño e no Inter, mas aquele Brasileirão e o ano todo de 98 foram muito especiais para mim."

Notório pela técnica apurada, Gamarra ganhou ainda mais fama na Copa daquele ano. Além de ajudar a levar sua seleção a um Mundial após 12 anos de ausência, comandou uma equipe que sofreu apenas um gol em quatro jogos. Detalhe: o zagueiro não cometeu nenhuma falta em 383 minutos em campo. A façanha rendeu tantos elogios que Gamarra acabou eleito pela Fifa o melhor zagueiro do torneio.

Contra a França, nas oitavas, suportou a pressão dos donos da casa até a prorrogação, mantendo-se em campo mesmo com o ombro direito imobilizado por uma luxação. O corintiano que via seu ídolo naquela agonia sofreu junto com ele. "Voltei para o Brasil com a certeza de ter feito tudo o que podia pelo meu país. Mas queria muito encerrar o ano com um título."

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E conseguiu. Em 1999, Gamarra ainda foi campeão paulista antes de se transferir para o Atlético de Madrid na metade do ano. "Fui embora sem conseguir a Libertadores. Tínhamos o melhor time. Mas tenho certeza de que fiz tudo o que podia." O torcedor corintiano também, capitão!

++++ Gamarra fez 80 jogos e sete gols com camisa do Corinthians. Antes do time alvinegro, o zagueiro defendeu o Cerro Porteño, o Internacional e o Benfica. Chegou em São Paulo em 1998 e deixou o clube em junho de 1999, negociado com o Atlético de Madrid +++

BATE-BOLA

JT - Você disputou apenas 80 jogos pelo Corinthians, mas está em todas as listas de melhores da história do clube. Qual foi o segredo?Gamarra - Eu cheguei ao clube num momento especial, com um time muito bom. A torcida estava ansiosa por um grande título e a gente tinha um comandante que sabia o que fazer. Encaixei-me no time.

Mantém contato com alguém do clube?Naquela época eu conheci o Mário Gobbi (diretor de futebol) e o Andres (Sanches, presidente). Eles me tratam muito bem.

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Houve algum convite para participar de eventos do centenário?Ainda não, mas encontrei o Andres em Assunção, no sorteio da Libertadores (em dezembro), e ele falou para eu ir assistir a alguns jogos neste ano. A Libertadores é muito importante e pode ser que eu vá a alguma partida.

Você jogou no Palmeiras em 2005 e 2006. Isso mudou de alguma forma sua relação com o torcedor do Corinthians?Isso não pode apagar o que fiz em quase dois anos. Joguei contra o Corinthians e ninguém me xingou. Então acho que está tudo bem (risos). Já encontrei corintianos e ninguém se lembra que joguei no Palmeiras.

Qual a sua atividade hoje?Sou administrador do Rubio Ñu, do Paraguai. O Arce (ex-lateral do Palmeiras) é o treinador. Já conseguimos subir de divisão e terminamos o último campeonato em quarto. Estamos bem.

Texto publicado no 'Jornal da Tarde' de 14/1/2010, em caderno especial

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