O History Channel o considera um "Superhumano". Muita gente acredita que ele não passa de um baita maluco. Carlos Dias, o ultramaratonista que correu do Oiapoque ao Chuí em cem dias, continua aprontando das suas. Sua empreitada atual é o "Desafio das Capitias", em prol do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Hospital GRAAC).
Dias correu por 24 horas, uma vez por semana, durante 27 semanas seguidas. A última capital a ser percorrida, do dia 31, o próximo sábado, ao dia 1º de setembro, o domingo, será São Paulo, com início às 10h, na academia Bodytech, no Shopping Eldorado. Parte do percurso será percorrida no McDonald'sda Avenida Henrique Schaumann, em apoio ao McDia Feliz - nessa campanha, o valor da renda de cada Big Mac é revertida para projetos em prol de crianças e adolescentes com câncer e suas famílias.
O evento é aberto ao público e quem quiser correr ao lado de Dias pode adquirir o kit à venda pelo site www.webrun.com.br, por R$ 70. "Vou doar parte do total arrecadado com a venda dos kits ao Hospital GRAACC. Esta é a forma que encontrei de praticar as ultramaratonas com um objetivo maior que é ajudar no combate do câncer infantil", diz Dias.
Muita gente pode imaginar que, por tanto correr, Dias tenha uma silhueta cadavérica, assemelhada à de Marilson Gomes dos Santos, hoje o melhor maratonista do Brasil. Não é bem o caso. Dias pesa 92kg, distribuídos em 1,84m. "Não me acho gordinho. A reserva de gordura é importante para me proteger".
Dias diz que come o tempo todo durante as provas de 24h: pão, azeitona, batata, castanha, frutas, bolos, açaí, sorvete, suco, refrigerantes de cola, água e soro. Ele faz duas pausas de 30 minutos para almoçar e jantar, normalmente arroz, feijão, macarrão e fígado. Há também pausas de dez minutos a cada quatro horas, para alongamento, trocas de meias e tênis e para necessidades fisiológicas.
Nos demais seis dias da semana, Dias relaxa e se prepara para a próxima prova, com alongamentos, massagem e trabalho dentro da piscina. "Ao correr, preciso de um controle muito mais mental do que físico. Percorro cerca de 120km, numa velocidade de 7km por hora. Não posso me empolgar e aumentar o ritmo. Termino as provas mentalmente melhor do que começo, porque no início fico preocupado, sempre buscando a excelência". Alessandro Lucchetti