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Provas de rua de A a Z

3Dimensional: método para quem odeia academia

Aulas são personalizadas e respeitam as individualidades

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Por Silvia Herrera
Atualização:

Para muitos, me incluo nessa lista, 2020 foi o ano do exercício funcional. Aprendemos a mexer a carcaça de várias formas e, alguns, transformaram um pedaço do lar em academia. Tive a oportunidade de conhecer e testar muitos métodos diferentes, revelando um novo tipo de personal training, que não se contenta com séries tradicionais, que desafiam os alunos a movimentos para todos os lados e prevendo oposições, e sem repetir se quer um exercícios nas práticas semanais. Um deles é o José Samora Junior, fundador do Instituto de Performance Samorai (com o mesmo), com foco em performance, reabilitação e prevenção de lesões, com o método 3Dimensional. Apaixonado por esportes, ele já foi atleta de handball e é master do jiu-jitsu. Samorai, seu apelido, se formou em Esporte na USP e ganhava muito bem, porém foi ficando cada vez mais desiludido no dia a dia, por conta da fata de variação dos exercícios de musculação. "As pessoas são singulares e nosso corpo tem inúmeras funcionalidades, então uma combinação de ilimitadas possibilidades com pessoas únicas não pode resultar em uma variação de dois minutos, como trazem os livros da faculdade", conta Samorai. Outro fator que o incomodava era o formato tradicional das academias, que não  acolhe quem mais precisa: os sedentários e quem está fora de forma.

Treinamento 3Dimensional Foto: Estadão

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Samorai resolveu dar um tempo e acabou fazendo um ano de Direito, ganhou uma bolsa para entrar ser do time de handball da instituição. Depois assumiu a gerencia de uma academia no Itaim Bibi, isso há 15 anos. E foi lá que um dos professores o apresentou um livro sobre "Kettlebell". Aquilo o despertou a atenção, e começaram a aprender juntos com o livro, após o expediente. Naquela época não tinha Youtube nem tutoriais.  Em seguida ele partiu para San Diego (EUA) estudar "kettebell" mais afundo, em um curso intensivo de três dias. Lá percebeu que não era nada daquilo que ele "achava" que era. "Eu estava muito preso aos exercícios de musculação, só que eram do funcional; com minha dificuldade aprendi a desenvolver empatia, saber que os alunos vão ter dificuldades também. E foi a primeira vez em 15 anos que me falaram que lidaria com seres humanos, até ali só havia estudado músculos e membros, nunca tinha estudado o ser humano, e isso me encantou", lembra Samorai. E nesse curso, um dos colegas indicou o método do fisioterapeuta Gary Gray, o pai do exercício funcional. E Samorai resolveu fazer. Juntou o dinheiro da inscrição e mais uma vez foi estudar nos EUA, agora no Michigan, no Gray Institute. Samorai chegou a morar na casa do mestre enquanto fazia o curso. "Tudo a partir desse curso move minha ação profissional", afirma. Hoje, além de sua academia e alunos, Samorai viaja o Brasil para ensinar o 3Dimensional para profissionais de Educação Física.

Samorai é formado em Educação Física, Filosofia e Ciências Sociais Foto: Estadão

O fisioterapeuta Gary Gray criou um exercício que leva em conta inúmeras possibilidades e trata cada ser humano como único. Gray é de origem humilde e jogava basquete na época da faculdade de fisioterapia. Depois que se formou, nada que aplicava em seus pacientes dava certo. Como era recém-formado assumia a culpa dos erros. Fazia os protocolos de ombro, de joelho, e nada ia bem. Isso era nos anos 1970 e Gray queria evoluir e resolveu fazer todos os cursos de especialização que existiam, mas a ação profissional nada mudou. Foi conversar com os colegas e descobriu que não era só para ele que os protocolos não davam certo 100%. Gray resolveu refletir sobre seu trabalho e chegou a conclusão que trabalhava com pessoas - um ser único e singular, nunca repetido na história da humanidade.  E se uma pessoa não é igual a outra não tem como existir um protocolo de joelho. E tudo tem que ser construído em cima de cada paciente, do seu temperamento, sua história, emoções e crenças. E levar em conta também algumas variáveis como a força da gravidade e como são nossos movimentos, no caso tridimensionais. "Muitas pessoas me falam: 'Eu detesto exercício'. E respondo, claro te empurraram uma coisa que não tem nada a ver com você", conta.

FORTALECIMENTO DIFERENTE

O administrador de empresas e corredor amador Julio Fiorin, de 49 anos, procurou a academia do Samorai para fazer um treino funcional. "Queria um treino diferente do oferecido na academia, uma aula com um ritmo diferente para eu me sentir bem e não me machucar", conta. Julio mora perto da academia do Samorai, e sempre passava correndo em frente, indo para o Parque do Ibirapuera treinar, e percebeu que lá era diferente de tudo. "Um dia resolvi parar e me encantei pela proposta", acrescenta. No caso, o treino oferecido é o 3Dimensional, que é ministrado de forma individualizada. O objetivo de Julio é fazer fortalecimento para encarar as maratonas. Ele explica que no caso dele a aula começa com um aquecimento com movimentos dinâmicos, depois vem o fortalecimento e o aeróbico. "Esse tipo de treino me faz muito bem e hoje me sinto mais preparado para correr do que há um ano, quando iniciei", afirma. Ele corre há dez anos e faz assessoria de corrida mais o 3Dimensional e desde que começou esse novo treino nunca mais se lesionou. Durante a semana Julio faz 3Dimensional três vezes e corre mais três.

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