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Provas de rua de A a Z

Atletismo: o esporte mais inclusivo de todos

Mais de 1.700 atletas de 179 países competiram no Mundial do Oregon, em 27 modalidades

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Por Silvia Herrera
Atualização:

Magrelo, altão, fortão, fraquinho, baixinho. O atletismo aceita todos os biotipos. São 27 provas diferentes, é o esporte mais inclusivo de todos. Quem afirma isso é Sanderlei Parrela, recordista brasileiro dos 400m, e treinador da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Aliás,a maioria do staff da  confederação é formada por ex-atletas muito comprometidos, e os resultados mostram isso. Só no Mundial de Atletismo do Oregon (EUA), que terminou neste domingo, o Brasil conquistou um Ouro, com Alison "Piu" dos Santos - no 400m com barreiras, um Bronze no salto em distância com Letícia Oro Melo, um recorde sul-americano com Vitória Rosa, nos 200m; e dois recordes brasileiros na Marcha Atlética, com Viviane Lyra e Caio Bonfim.

Alison, ouro nos 400m com barreira no Mundial do Oregon - Carol Coelho/CBAt  

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O mundial de atletismo contou com a participação de 179 países e  mais de 1.700 atletas. A competição engloba 27 provas, sendo que em 22 delas competem homens e mulheres. Há as provas equivalentes: 100m com barreiras, que é só feminina; e a 110 m com barreiras, masculina. E há três anos a Federação Internacional colocou uma prova mista, que é a 4x400m - com dois homens e duas mulheres. E essas 27 provas são divididas por grupos de provas: velocidade e barreiras; arremessos e lançamentos; meio-fundo, fundo e marcha atlética; e as combinadas (Decatlo com dez provas, Heptatlo - e sete provas). E para o  Oregon, o Brasil mandou 57 atletas (23 mulheres e 34 homens), que se classificaram para dez finais (em provas no estádio, de pista e campo, e os que ficaram entre os oito primeiros em provas de rua), contra seis de Doha, o mundial anterior.

Tradição em mundiais e olimpíadas, o 4x100m masculino fez um treino final com Carlos Alberto Cavalheiro, coach dos recordes, dias antes do embarque para os EUA. O técnico brasileiro mora nos EUA, em San Diego, tem cinco faculdades (Economia, Administração de Empresas, Pedagogia, Educação Física e Ciência aplicada ao Esporte e ao Exercício), e entre seus pupilos destacamos o velocista Robson Caetano da Silva (número 1 do mundo em 1989 e dois Bronzes Olímpicos) e Ronaldo da Costa (recordista mundial da maratona em 1998). Cavalheiro foi treinador da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, Atlanta em 1996, Atenas em 2004 e no Rio em 2016. Cavalheiro também trabalhou no Uruguai , Equador e Qatar, onde ficou por uma década e desenvolveu trabalhos na captação de talentos. Só para o Japão ele foi 34 vezes. Desde 2015, ele é contratado pelo COB, atua no Laboratório Olímpico do COB em San Diego, e é também treinador da IAAF Track and Field Academy. E tive o prazer de conversar com ele rapidamente. Cavalheiro veio ao Brasil para treinar os meninos do 4x100m, melhorar ainda mais a passagem do bastão, que sempre foi o forte dos brasileiros."O treinamento em Bragança Paulista correu tudo bem, acredito que vamos fazer um bom resultado. A moral tá muito boa. Não temos nenhum problema de lesão", afirmou Cavalheiro. E não é que deu. A equipe terminou em quinto lugar na segunda série, com 38.41, e conseguiu passar  para a final por tempo. E na final ficaram em sétimo. A equipe do Canadá foi a campeã. Os quatro velozes são: o catarinense  Rodrigo Nascimento; o carioca Derick Souza, carioca; e os paulistas Felipe Bardi e Erik Barbosa. .

Na maratona, do trio brasileiro Daniel Ferreira do Nascimento foi o mais rápido, chegando em 8ª posição.  No arremeso do peso, Darlan Romani terminou em quinto lugar, com 21,92 m, no Estádio Hayward Field. Quase  que Thiago Bráz conseguiu uma medalha  na final do Salto com Vara. Ficou em quarto lugar, com 5,87m.

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Danielzinho completou a maratona do Mundial em 8º lugar - Carol Coelho/CBAt  

OURO

Bem que o Robson Caetano avisou: "Alison dos Santos tem tudo para conquistar o Ouro". E conquistou nos 400m com barreiras.  "Este ano foi mágico, consegui a sonhada medalha de ouro no Mundial, mas a temporada não acabou. Tenho mais provas para tentar vencer a Liga Diamante e ainda vou tentar bater o recorde brasileiro dos 400 m rasos", comentou Piu, referindo-se ao tempo de 44.29, obtido por Sanderlei Parrela no Mundial de Sevilha-1999, na Espanha.  A marca anotada por Alison (46.29) na pista americana foi a melhor do ano no Ranking Mundial, superando os 46.80, também dele, feitos na etapa de Estocolmo da Liga Diamante em junho, na Suécia, mas ainda está acima do recorde mundial do norueguês Warholm de 45.94.

Na Europa, terá um intervalo de competições entre 8 de agosto e 2 de setembro, período em que treinará em Birmingham, na Grã-Bretanha, e ficará na casa de seu amigo nigeriano, naturalizado inglês, Efekemo Okoro, especialista nos 400 m e nos 400 m com barreiras.

BRONZE

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Letícia Melo, Bronze no salto em distância no Mundial do Oregon Foto: Carol Coelho/CBAt

A catarinense Letícia Oro Melo, 24 anos, assegurou a medalha de bronze no salto em distância, com 6,89 m, melhor resultado da vida, depois de entrar na final com a última vaga na qualificação. Ela garantiu a 15ª medalha brasileira em campeonatos mundiais. Letícia treina emJoinville, cidade onde nasceu, com João Carlos dos Santos e compete pela Associação Corville de Atletismo. A campeã olímpica Maurren Higa Maggi disse que "ficou emocionada demais com a conquista de Letícia que deixou todas as grandes competidoras apavoradas com o seu salto de 6,89 m na primeira tentativa".

RECORDE SUL-AMERICANO

A velocista carioca Vitória Rosa é a nova recordista sul-americana dos 200m rasos - Carol Coelho/CBAt  

A velocista Vitória Rosa quebrou na terça-feira (19/7) o recorde sul-americano dos 200 m nas semifinais. Ela terminou em quarto lugar na segunda série, com 22.47 , mas não avançou para a final de quinta-feira  A série da brasileira foi muito forte. O recorde sul-americano anterior era de Ana Cláudia Lemos Silva, com 22.48 (2011-São Paulo).  "Isso significa muito para mim, só Deus sabe o quanto lutei. Eu quero muito mais e eu entrego sempre o melhor de mim na prova. Não estou sozinha nesse resultado, tem várias pessoas comigo que o grande público não vê, tem um monte de profissionais atrás de um atleta", disse Vitória, muito emocionada, para a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira. Lorraine Martins e Ana Carolina Azevedo não passaram para as semifinais da prova. Lorraine ficou em oitavo lugar na segunda série, com 23.60 (-0.2), 41º no geral, enquanto Ana terminou em sexto na série 4, com 23.45 (0.4), 34º, na final. No masculino, Lucas Vilar e Lucas Rodrigues da Silva não avançaram para as semifinais. Lucas Vilar terminou em sexto na primeira série com 20.65 (1.0) e em 31º no geral, enquanto Lucas Rodrigues obteve 20.90 (0.3), foi oitavo na série e 41º no geral.

RECORDE BRASILEIRO

A brasileira Viviane Santana Lyra ficou na oitava posição e bateu o recorde brasileiro, com 2:45:02, na final dos 35 km da marcha atlética na sexta-feira (22/7). A prova foi disputada em um percurso em loop de 1 km, começando e terminando no Martin Luther King Jr. Boulevard em frente ao Estádio Autzen, da Universidade do Oregon. No domingo, Caio Bonfim, finalizou a mesma prova em sétimo, com o tempo 02:25:14, também recorde brasileiro.

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CENTRO NACIONAL DE ATLETISMO

Sanderlei é profissional da Educação Física e está há 14 anos na CBAt. Ele deu treinos para convidados da PUMA.  

E como a Vitória disse há muita gente trabalhando para essa galera guerreira brilhar. Na gestão de Wlamir Motta Campos, presidente da CBAt, a maioria do staff veio do atletismo. É ex-atleta campeão, como Sanderlei, que o Piu pretende quebrar o recorde dos 400m com barreiras.

No Centro Nacional de Atletismo tudo é de ponta. A pista de atletismo é padrão internacional, e é de borracha natural. Recentemente trocaram de marca esportiva. Saiu a Nike, que estava por 12 anos, e entrou a PUMA global. Aliás, os uniformes do Mundial do Oregon marcaram essa estreia em grande estilo.

Sanderlei, por exemplo, é um dos treinadores do Centro Nacional de Atletismo. E deu um treino muito bacana para convidados dia 8 de julho, no Centro Nacional, por conta da divulgação da Puma como nova patrocinadora da confederação. Ele contou que queria ser jogador de futebol, mas não tinha habilidade. "Encontrei no atletismo o esporte que me encaixei. O atletismo aceita todos os biotipos, é um esporte muito inclusivo. No atletismo você encontra a pessoa que não tem a musculatura tão forte, os fundistas, com a musculatura forte, os velocistas e os arremessadores, vai ter prova para alto e longilíneo, para os de baixa estatura. Eu era alto e bem magro, e nos outros esportes que tentei fui descartado por isso e aceita a todos", conta. Sanderlei é profissional da Educação Física e está há 14 anos na CBAt. "Fui o recordista sul-americano por 23 anos dos 400m, e ainda sou o brasileiro", conta. Agora é com você Alison.

Destaques do Brasil  -Mundial do Oregon 2022

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400m com barreiras - masculino - Alison dos Santos - OURO (46:29)

salto em distância - feminino - Letícia Melo - BRONZE (6,89m)

200m rasos  - feminino Vitória Cristina Rosa bateu o recorde sul-americano (22:47)

Marcha Atlética 35km - feminino - Viviane Lyra - bateu o recorde brasileiro - 8ª (02:45:02

Marcha Atlética 20k - masculino  - Caio Bonfim - 6º (01:19:51)

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Marcha Atlética 20k - feminino - Viviane Lyra - 17ª (01:33:11)

Maratona - masculino - Daniel Ferreira do Nascimento - 8º (02:07:35); José Márcio Leão da Silva - 27º (02:11:43); e Paulo Roberto Paula - 37º (02:13:39)

Arremesso de peso  - Darlan Romani - 5º  (21,92 m)

Salto com Vara - Thiago Braz  - 4º (5,87m)

 

 

 

 (Foto: Carol Coelho/CBAt

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