PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Provas de rua de A a Z

Bota Pra Correr Chapada dos Veadeiros, muito mais que uma corrida

Primeira etapa percorreu ciclovia na rodovia GO- 239, entre Alto Paraíso e São Jorge

Foto do author Silvia Herrera
Por Silvia Herrera
Atualização:

Quanto vale participar de uma corrida com apenas 400 inscritos em um dos locais mais místicos do Brasil, cercado por 300 cachoeiras? E se fosse uma corrida de apenas uma edição? E se entre os corredores você estivesse entre atletas da elite, celebridades do esporte e influenciadores de corrida? E se o kit incluísse um lançamento de um calçado esportivo para corrida? Valeria muito mesmo. Pois bem, essa corrida não é um sonho, ela existe. Foi a etapa Chapada dos Veadeiros do circuito da Olympikus Bota Pra Correr, que aconteceu no sábado, 6 de agosto, com largada em São Jorge (GO), um vilarejo de 800 habitantes, onde está localizada a entrada do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, uma área protegida de 64 mil hectares.

Os 400 participantes foram levados de van até a largada do Bota Pra Correr, erguida na estrada  

PUBLICIDADE

Tá bom, você quer saber quem ganhou? Jéssica Ladeira, 28 anos, voou nos 10k, que na verdade eram 11.200; e Raisa Marcelino nos 21km. Daniel Chaves venceu nos 10k e Edison Cipó, nos 21km. Os quatro compõem o Time Olympikus, que foi formado este ano, após a Maratona de São Paulo. Eles têm contrato de um ano. Claro que eles mandaram super bem, num percurso bem desafiador de desce, sobe, desce, sobe, sobe muito, e desce; e um asfalto novinho e lisinho, da ciclovia. E para quem já ficou com água na boca desse corre show, se prepare. A segunda e última etapa de 2022 será dia 22 de outubro, na paradisíaca praia de Milagres (Alagoas), confira o serviço no pé do post.

PRECISA-SE DE UMA CIRURGIA 

Raisa tem 8 graus de hipermetropia e sonha em fazer a cirurgia para poder correr ainda melhor  

Quem chamou muita atenção, por sua performance e simpatia, foi a Raísa. A atleta de 29 anos, que triunfou nos 21k, que tinha uma subida radical no final, quase um paredão.Ela usa óculos de grau. São oito graus de hipermetropia. A atleta potiguar, - que este ano estreou em maratonas, justo na maratona de São Paulo na qual conquistou a 5ª colocação, que lhe valeu o convite para entrar no time Olympikus-, sonha com a cirurgia, para poder correr sem óculos, que sempre a atrapalha um pouco na hora de competir. Se você leitor conhecer um oftalmologista ou clínica, alguém que possam ajudar a atleta, fica aqui o meu recado. Basta entrar em contato comigo que faço o meio de campo. Vamos ajudar a Raísa evoluir ainda mais no esporte. Essa campeã merece!

"Foi meu primeiro Bota Pra Correr, uma experiência incrível, em um percurso complicado, mas que foi  um treinão pra mim. Conheci pessoas e lugares bacanas. Quando competimos não temos a oportunidade de aproveitar o cenário, a cidade, pois estamos sempre 100% focados na prova e com o compromisso multidisciplinar", conta a campeã, que treina no NAR com Adauto Domingues (que também treina a Jéssica e o Cipó) e está se graduando em Educação Física. Ela conta que costuma fazer as rodagens no Parque Bruno Covas e na Cidade Universitária, na capital paulista. Até o ano passado, Raísa era atleta de rua e de pista dos 5 mil e 10 mil metros. Depois da Maratona de São Paulo, ela já competiu na Maratona de Porto Alegre pela Olympikus, conquistando o quinto lugar. A próxima meta será a Meia Internacional do Rio, em 21 de agosto.

Publicidade

LADEIRA

Jéssica Ladeira começou no esporte aos 8 anos  

Jéssica é mineira de Ubá, começou a correr ainda criança, aos 8 anos, com seu pai, o atleta Leonardo do Carmo. Aos 14 anos, já estava disputando o sul-americano na categoria menor, nos 3 mil metros. Hoje são 14 anos de carreira,  brigando com as melhores atletas do Brasil, ou representando o país no exterior. Dia 21 de agosto, ela vai representar o Brasil no Campeonato Sul-Americano de Meia Maratona, em Buenos Aires (AR). Jéssica nunca tinha vindo antes para a Chapada e adorou. "Correr o Bota Pra Correr é diferente de todas as competições do alto rendimento, é uma competição mais festiva, e foi sensacional ter corrido nesse paraíso, e pela primeira vez pude vivenciar isso, correr e curtir a paisagem. Quando estamos competindo no alto rendimento, você nem vê o que está ao seu redor", contou a campeã. "Aproveitei que tinha um grupo correndo bem forte e fiz uma prova bem consistente. E foi um sobe desce desafiador, e meu sobrenome Ladeira já diz tudo", brincou a atleta que é conhecida por adorar correr em ladeiras. "Sou muito grata a Olympikus por nos ter proporcionado esta oportunidade de correr nesse paraíso", acrescentou.

UM CIRCUITO PARA CONHECER O BRASIL CORRENDO

Bota Pra Correr envolve ações de sustentabilidade e cidadania  

"O propósito do Bota Pra Correr é construir algo relevante, proprietário e legítimo, que só uma marca brasileira poderia fazer, que é convidar o brasileiro a conhecer o seu país correndo. Indo além do óbvio. Não existe outro circuito parecido e quem está correndo tem a real sensação de que esse momento vai ser lembrado pra sempre. Estamos criando memórias e momentos únicos que vão além da uma competição, eles constrõem aquilo que existe de mais valioso hoje em dia, que é uma comunidade em torno da marca", afirma Márcio Callage, diretor de marketing da Vulcabras.

Ademir Paulino, ex-atleta profissional do biatlo e treinador de corrida,também participou da etapa da Chapada dos Veadeiros. "É um evento totalmente diferente do que a gente tem visto. É uma prova que conseguiu chegar em lugares únicos, lugares paradisíacos no Brasil que enchem os olhos do corredor. O Bota Pra Correr traz um olhar completamente diferente para os destinos, para a comunidade, para os atletas, para lugares bonitos e que tragam essa beleza para dentro da corrida e deixem um legado. É um evento cuidado nos mínimos detalhes e que traz algo muito novo e diferenciado para o esporte, entregando uma prova inesquecível para todos que participam", afirmou.

Publicidade

Entre as iniciativas socioambientais do evento, além dos tênis fabricados com 100% de energia limpa, a tradicional reciclagem de resíduos foi realizada via a cooperativa local Recicle Alto, somando mais de 80kg de materiais. A marca mantem a prática de contribuir de forma positiva para o meio ambiente. Para tanto, todos os inscritos para o Bota pra Correr Chapada dos Veadeiros receberam no kit de inscrição copos retráteis de silicone para serem utilizados nos postos de hidratação, reduzindo a produção de lixo e evitando o desperdício de plástico.

Com a premissa de priorizar a região e a comunidade, a etapa da Chapada também marcou o início da parceria da Olympikus com o projeto regional Turma Que Faz, iniciativa de arte-educação de Doroty Marques e @casadeculturacavaleirodejorge, que envolve cerca de 50 crianças e adolescentes. A marca realizou a doação de produtos de tênis e vestuário com o objetivo de incentivar as crianças do projeto a iniciarem sua história na corrida e trabalharem o esporte como ferramenta de transformação.

 

DIÁRIO DE BORDO

 

Pôr-do-sol em Alto Paraíso de Goiás  

Viajei para Brasília, no voo das 6h55 na sexta-feira, a convite da Olympikus. De lá, saíram 11 vans levando cerca de 140 convidados da marca, rumo a Alto Paraíso (GO), três horas e meia de trajeto. No meio do caminho paramos em São Gabriel, o Portal da Chapada, onde há a lanchonete da Vó Belmira, que serve um empadão goiano de comer de joelhos de tão bom.

Em Alto Paraíso de Goiás  a energia é outra. Os locais fazem referências aos alienígenas, bruxas e místicos, lembra a vibe de São Tomé das Letras (MG) e Trindade (RJ), mas é mais família. A Chapada dos Veadeiros tem esse nome por ter sido local de caça desse mamífero, que costumava andar em bandos de até 50 indivíduos. Não vi nenhum deles, nem a galhada. Vi tucanos, corujas, araras e muito cachorros. Segundo o zootecnista Carlos Alexandre (Xandão), que foi nosso guia, lá era o oceano, e antes da pangeia ou de qualquer ser vivo, a geologia começou a se formar, isso há 1.6 bilhão de anos. Hoje, os nativos são herdeiros dos caçadores e dos garimpeiros, que por lá habitaram nos séculos passados. E boa parte das cachoeiras estão em fazendas privadas, com entrada paga - cerca de R$ 50 cada. No Parque Nacional a entrada é de R$ 15. E contrate um guia também, nós fizemos todos os passeios com a agência Travessia.

Publicidade

Almoçamos na Vendinha, na avenida principal, que oferece uma comida muito saborosa, e ficamos na Pousada dos Guias. Quem gosta de Açaí, o melhor é o do Guedes, em frente a pracinha da avenidada principal, ao lado da pizzaria. E no mercado compre o Gergeliko, um salgadinho de gergelim bem gostoso. Essa última dica foi do Edu, do canal Tênis Certo.

Na Pousada do Guias há dois espaços distintos, o mais simples, do lado direito, e o mais chique, com uma piscina linda mais bar e restaurante, do lado esquerdo. Quem fica do lado direito, pode desfrutar a estrutura do lado esquerdo. Fiquei do lado direito, que tem um lago com carpas vermelhas, mas nem deu tempo de pisar lá do outro lado. À tarde fui tentar alugar uma bicicleta para conferir a corrida de perto. Me indicaram o Paraíso das Bicicletas. Lá chegando soube que a corrida largaria a 10km de distância de São Jorge, que ficava a 35km de onde eu estava, um sobe e desce potente. Me aconselharam alugar a bike lá em São Jorge. Combinei de pegar a bike, na Logística às 7h, em São Jorge. Na volta passei em frente ao Ginásio de Esportes e já peguei meu kit sem fila.

Alto Paraíso de Goiás tem população estimada de 7.700 pessoas  

No fim da tarde nos levaram em um lugar lindo, para ver o pôr-do-sol. Tem uma estrutura bacana no local, com cadeiras de praias e guarda-sóis.É do mesmo dono da Vendinha. Energizados com esse cenário paradisíaco, fomos para o Ginásio de Esportes conferir o briefing, e confesso, a galera se assustou com a altimetria - confiram nas fotos abaixo.

Altimetria dos 10k - em declive na maior parte do tempo  

Altimetria dos 21km - com subidas no final  

De volta à pousada, fomos dormir às 21h. A corrida seria às 7h, mas teríamos que acordar às 4h14, para tomar café às 4h30, para pegar a van para ir para a largada, no meio do nada, onde a organização caprichou no pórtico e tudo mais. Fui com o motorista até São Jorge, mas não era meu dia de sorte, a Logística não abriu... e fiquei sem bike. Decidi ir a pé mesmo no contra fluxo. Um vira-lata bege, bem fofinho, resolveu ir comigo. Andamos 1 km e já testemunhamos Daniel Chaves, o primeiro dos 10km, passar por nós como um furacão. Era descida . Um minuto depois veio um pelotão bem forte, entre eles estavam Edson Cipó, Jéssica, Raísa e Jana. Minha torcida era para Jana, ela mora em Campo Limpo Paulista e é uma corredora amadora super dedicada, ficou em segundo nos 10km (foto abaixo).

Jana Borges é corredora amadora de Campo Limpo Paulista e ficou em 2º lugar nos 10km  

Fui seguindo da contramão da ciclovia. Quando estava no km 9 - no alto de um subidão, testemunhei centenas de amadores dando o seu melhor, destruídos de cansaço, mas motivados pelo cenário místico. Vi a Carol Barcellos mandando ver, correndo bem forte. Vi o Bruninho (vôlei) também. Fui indo até encontrar minha amiga Lena, seria o primeiro 10k dela após a pandemia. Andei um pouco com ela, até terminar a subida, quando ela voltou a correr. Encontrei muitos amigos do corre, Iuri, Guto, Wagner, Adriana, Karina, Flavinha, Jean, Gustavo, Ju. Nossa tantos amigos. Meu médico, dr. Marcelo Bonadio, ainda não me liberou para correr, tive uma extrusão de menisco no dia 29 de maio, e desde então estou tratando com muita físio com Márcio Daniel e a turma da Phisio Clinic Moema, e agora comecei o fortalecimento na Care Club, com a Nathalia Majado, paralelamente.

Publicidade

Flavia Vinha (2179) é corredora amadora, a filha dela e meu filho estudam no mesmo colégio. No pulso dela está o copo retrátil de silicone para a hidratação  

Na chegada, em São Jorge, montaram uma senhora arena em frente a quadra poliesportiva. E nessa prova, a Olympikus queria fazer o teste do Corre 2, o lançamento que vinha no kit. O meu tirou 10 com louvor, só entraram algumas pedrinhas na parte de areia final. Corri só um pouquinho na chegada, sem dores. À noite teve festa no mesmo local do pôr-do-sol.

 

Poço Encantado - Chapada dos Veadeiros  

 

Vale da Lua - Chapada dos Veadeiros  

Depois fomos almoçar na Vendinha e ganhamos dois passeios. No sábado visitamos o Vale da Lua, que tem este nome por conta do formato esburacado das pedras, e que tem uma cachoeira bem diferente. E no domingo cedo, o Poço Encantado, que é de tirar o fôlego. Há taxa de entrada em todas as cachoeiras, cada uma tem um preço. E para todas é necessário um transporte, são bem distantes uma das outras. Retornamos no domingo, no voo das 18h55, já com saudades do Bota Pra Correr.

 

Classificação Bota pra Correr Chapada dos Veadeiros

10km masculino

1º) Daniel Chaves Da Silva - 34min48seg

Publicidade

2º) Lucas Molina Ferreira - 36min14seg

3º) Jonatam Torres De Souza - 37min06seg

10km feminino

1º) Jessica Ladeira Soares - 38min44seg

2º) Janaina Borges - 43min30seg

Publicidade

3º) Valéria Mello - 44min11seg

 

21km masculino

1º) Wellington Bezerra Da Silva (Cipó) - 1h12min15seg

2º) Luís Felipe Leite Barboza - 1h16min24seg

3º) Vanilson Gomes Da Rocha         - 1h16min53seg

Publicidade

21km feminino

1º) Raisa Marcelino - 1h28min21seg

2º) Elaine Pauly - 1h38min51seg

3º) Patricia Maria Nicolau De Andrade - 1h40min33seg

 

Bota pra Correr São Miguel dos Milagres - a jornada de descobrir correndo as paisagens mais belas do país continua em 22 de outubro, em São Miguel dos Milagres, no estado de Alagoas. As inscrições estão abertas ao público no site https://www.olympikus.com.br/botapracorrer2022, pelo valor de R$ 550, contemplando inscrição de destino + kit corredor que inclui um dos lançamentos mais recentes da marca, o tênis Corre 2.

Publicidade

QUANDO: 22 de outubro, horário a definir

PERCURSO: 10km e 21km

INSCRIÇÕES: R$ 550

DATA DAS INSCRIÇÕES: Até o dia 15/10

SITE: https://www.olympikus.com.br/botapracorrer2022

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.