PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Provas de rua de A a Z

Corrida: uma grande aliada dos profissionais de saúde

Confira as histórias das maratonistas Roberta Rohde e Íris Guia

Foto do author Silvia Herrera
Por Silvia Herrera
Atualização:

Com uma rotina pra lá de estressante, a corrida tem funcionado como uma válvula de escape para muitos profissionais da saúde, inclusive por conta dos efeitos psicológicos sofridos durante a pandemia. Duas delas são a médica gaúcha Íris Guia, 33 anos. Ambas são maratonistas amadoras.

Roberta Rohde já correu quatro maratonas Foto: Estadão

PUBLICIDADE

"Esses últimos meses têm sido desafiadores, muito trabalho e incertezas, provavelmente se não fosse a corrida, eu possivelmente teria pedido um afastamento do trabalho, de tão esgotada que me sentia, física e mentalmente", comenta Roberta que chegou a um estado de Burnout, pois estava vivendo no automático e quase não conseguia levantar da cama no período mais difícil. "Juntei todas as minhas forças e retomei a corrida no momento em que conseguia. Foi um divisor de águas. Meu astral melhorou muito, minha ansiedade diminuiu, me senti no controle (na medida do possível novamente). Hoje eu vejo, o quanto a corrida tem sido importante para saúde mental, uma verdadeira terapia, meditação em movimento. O objetivo no momento não é performance, mas algo muito mais importante do que isso: bem-estar, condicionamento físico e aumento de imunidade, algo que o exercício físico comprovadamente traz", conta a médica gaúcha, que trabalha com transplante renal em crianças e corre há dez anos.  "A corrida é uma terapia para mim", destaca.

Tanto ela como Íris destacam que no momento estão apenas correndo, não treinando. Quando treinam correr com foco em alguma prova, para perfilar bem. Como o calendário derreteu, elas não têm metas para este ano. Aliás, há uma. Roberta está inscrita na Maratona de Londres em outubro, mas não sabe se até lá os brasileiros serão bem-vindos na Inglaterra.  Aliás, ela foi a quinta brasileira melhor colocada em outra maratona no exterior, a de Nova York em 2019. Para Roberta a corrida é transformadora, ela nem se imaginava longe do sofá praticando exercícios. "Eu era tão tímida que não conseguia nem olhar nos olhos das pessoas, de não conseguir perguntar o preço de uma roupa numa loja. A corrida me transformou, me deu autoestima e é minha terapia e meditação em movimento, quando deixo meu pensamento fluir. Há uma Roberta antes e outra depois da corrida. E a Roberta do sofá quer voltar sempre, e preciso me cuidar para isso não acontecer", argumenta.

A corrida entrou na vida de Roberta por influência dos familiares. "Eu era considerada a pessoa mais preguiçosa da minha família. Meus pais e minha irmã corriam e eu adorava ficar  no sofá. Tenho que ter estratégia até hoje porque meu sofá tem ímã. Deixo as roupas já separadas no hospital para ir direito para o treino, se passar em casa antes corro o risco de sabotar o treino",  conta Roberta.

Publicidade

Íris adora correr de bermuda Foto: Estadão

Íris começou a correr há seis anos para emagrecer. No meio da pandemia, ela precisou parar seus estudos para trabalhar em um hospital de campanha da cidade do Rio de Janeiro (RJ), como farmacêutica. Com três maratonas no currículo, ela concilia a correria do dia a dia com o esporte, pois sabe o quanto a corrida ajuda a saúde física e mental, principalmente agora. "A corrida me ajuda muito no dia a dia", destaca.  Ela tem corrido na esteira do condomínio. "A corrida para mim é o momento onde me encontro, que consigo relaxar, consigo me conectar comigo mesmo. É o meu momento", explica.

Durante a pandemia Íris ficou bem triste, parou de correr seis meses. "Descobri que preciso correr para cuidar da minha cabeça", observa. Roberta dá plantão na Farmácia de um hospital e estuda online. Ela ainda está decidindo qual carreira vai seguir na Medicina. Íris tem corrido à noite, na esteira do condomínio e aproveita e malha também.

Como a maioria das pessoas, as duas estão com saudades das corridas, mesmo dos perrengues. Certa vez Roberta foi convidada para ser pacer do 4:45 em uma meia-maratona de São Paulo, a SPCity correr com o balão gigante na cabeça  e tudo mais. "Estava bem treinada, e seria tranquilo, e fui. Mas no km 11 reparei que meu tênis estava todo ensanguentado, estava com muita dor, parei para ver o que era - minha unha do dedão tinha descolada. Tive que parar e fazer curativo. Voltei para prova, correndo e caminhando, soltei o balão do pacer. Tinha ido com dois relógios para não perder o ritmo, mas essa prova largava de um lugar e terminava no outro, e não tinha como parar", lembra Roberta.

DICAS

As duas são embaixadoras da Authen, marca de vestuário específico para as corredoras brasileiras. As peças não machucam e a campeã absoluta nas ruas de Porto Alegre é da linha Grit. Íris adora correr com a bermuda, que evita qualquer atrito, evitando assaduras: "Fora que há vários bolso, para colocar chave, celular, o que é muito prático. Faz muita diferença para quem corre".  Antes de experimentar os tops da Authen, Roberta só corria usando dois tops. "As peças são super confortáveis e promovem uma ótima sustentação e não machucam", conta Roberta.

Publicidade

PUBLICIDADE

Dos calçados esportivos, Roberta prefere Nike Pegasus e Íris, o 1080 da New Balance. Porém, Roberta deixa claro que não é o tênis que faz a diferença, mas sim seu preparo e articulações. "E para não perder a unha, aprendi que o tênis tem que ser um número maior, prefiro os mais macios, já usei de todo o tipo de tênis", conta Roberta, que faz musculação quatro vezes  por semana e corre nos outros três dias. Íris acrescenta que o calçado é uma escolha pessoal, o que é bom para um pode ser ruim para outro. "É fundamental fazer fortalecimento para não se lesionar", explica Roberta. Para o frio, Roberta aconselha usar luvas, boné, meias mais grossas e se vestir em várias camadas. "Gosto também de manguito", conta. "E protejam as extremidades e lembrem de se hidratar", completa. E se for correr na rua ou acompanhado, use sempre máscara.

 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.