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Provas de rua de A a Z

Dicas "quenianas" para a Maratona do Rio

O professor de Educação Física e atleta de aquathlon Ademir Paulino comandou treino no Rio com ensinamentos que aprendeu na terra dos Kalenjin, tribo dos corredores, com quem conviveu durante um mês em 2017. #maratonadorio #treino #corridaderua #BlogCorridaparaTodos

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Por Silvia Herrera
Atualização:
 Foto: Estadão

O treino foi da Dream Factory, empresa que organiza a Maratona do Rio ao lado da Spiridon Eventos. Ademir é atleta da Olympikus, que patrocina a meia maratona, disputada dentro do do evento. O treino "queniano" rolou no feriadão de 1º de maio no Rio de Janeiro. As disputas da Maratona do Rio Cosan (42km), 5 e 10km acontecem dia 23 de junho,  já a Meia Maratona Olympikus (21km) e a Maratoninha Gloob (prova infantil) serão realizadas na véspera. As inscrições para os 21K estão esgotadas.

 

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Na última edição, a Maratona do Rio recebeu 38 mil inscritos de todos os estados brasileiros e de 50 países. Já em 2019, a organização espera receber mais de 40 mil corredores e está trabalhando em melhorias para proporcionar uma ótima experiência para quem vai desfrutar de uma das corridas mais lindas do mundo.

Éramos uns 20, convidados, jornalistas e embaixadores da Maratona do Rio. Primeiro Ademir puxou um aquecimento de duas voltas no estacionamento na entrada do Sheraton Grand Rio, na Av. Niemeyer, que faz parte do trajeto da corrida,  aquele que fica no comecinho do Morro do Vidigal.

 Foto: Estadão

 

Ademir explicou que não é só o biotipo esguio dos quenianos que favorece a corrida, eles treinam MUITO. Além disso, eles sabem economizar energia, correm de uma forma mais inteligente. E treinam juntos. A corrida é um esporte solitário e treinar em grupo faz uma baita diferença.

 Foto: Estadão

Depois das explicações fizemos duas filas para educativos quenianos. Pensei que seria soldadinho, ou afundo, nada disso. Era tudo mais simples e inédito, e desde então tenho aplicado no meu dia a dia. E se sua meta for a Maratona do Rio vale aplicar essas dicas na prática - com o sol e o calor, qualquer economia de energia durante 42K no final vai fazer aquela diferença.

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Ademir Paulino (esq) treinando no Quênia- reprodução de Instagram Foto: Estadão

Vamos às dicas de Ademir Paulino

Primeira: passos curtos e sincronizados. Nada de passadas gigantes ou correr fazendo charminho, dando aquela reboladinha.

Segunda: olhar para frente, peito aberto, ombros eretos. Nada de correr curvado  e olhando pro chão. Olhar para o infinito. Só de fazer isso a postura já melhora e o corpo fica mais leve.

Terceira: coluna levemente inclinada para frente. Evite correr sentado, gasta mais energia e cansa mais.

Quarta: pise no solo exatamente abaixo do seu quadril, nem pra frente nem pra trás. No começo é difícil, mas as passadas ficam mais leves.

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Quinta: braços, não deixe os braços congelados, eles devem acompanhar o corpo. O braço esquerdo acompanha a perna direita; e vice e versa. Não deixe muito abertos.

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Com tudo isso na cabela e treinado uma vez cada uma dessas dicas, saímos correndo em direção ao Arpoador, uns quatro quilômetros, com Ademir puxando. Foi muito bacana. Na volta, metade voltou correndo, e a outra metade voltou de van. Confesso, engrossei o time da van.

Outra coisa que o Ademir falou é que os quenianos só correm usando o relógio, não querem nem saber de gps e outras tecnologias; e que para não se lesionar, além de correr "economicamente", treinam apenas uma vez por semana no asfalto, as outras são na terra e em pista de atletismo, o que faz todo o sentido. Não há tecnologia que consiga amortecer o concreto das calçadas e de correr todo dia no asfalto.

Treino no Quênia - foto do Ademir Paulino - reprodução do Instagram Foto: Estadão

Mapa da mina - O Quênia, no leste da África, tem mais de 42 tribos diferentes, e são os lendários Kalenjin que se destacam na corrida de rua, desde os tempos do ícone Paul Tergat. A capital é Nairobi, conhecida pelos safáris. Sim, lá tem leões, rinocerontes, girafas, elefantes e leopardos. A 340 km ao norte da capital, os Kalenjin se concentram às margens do Rift Valley, em Eldoret. E a Cidade dos Campeões, onde rolam os camps de atletismo, fica a 32 km de lá,  a 2.400 metros de altitude, no vilarejo de Iten, onde Ademir Paulino foi treinar.

Esse local foi fundando pela atleta Lornah Kiplagat (tetracampeã mundial, ela competia pela Holanda) e se chama  HATC (High Altitude Trainning Center). É pra lá também que Luis Antonio dos Saltos (bicampeão da Maratona de Chicago) sempre se manda. Ele é o coach da equipe Luasa, que vence a maioria das provas aqui no Brasil. A maioria dos seus atletas é queniana e vem treinar com o Luís em Taubaté. Mas está é outra história. Clique aqui para conferir.

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O HATC (hatc-iten.com)  funciona desde 1999 e  recebe atletas de elite e amadores, e também turistas, que buscam uma experiência diferente. Há até piscina de 25 metros, sala de musculação bem equipada, sauna e pista de atletismo oficial (400m). Em 2014 a fundista abriu sua confecção de roupas esportivas, a Lornah Sports. Mesmo aposentada das competições, ela detém o recorde mundial dos 5K (14:47), 10 milhas (50:50) e 20K (1:02:57)

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