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Provas de rua de A a Z

Igor Amorelli rumo ao Ironman no Havaí

Se classificar para o  Campeonato Mundial do Ironman em Kona, ilha havaiana, é para poucos. O brasileiro Igor Amorelli é um dos 50 triatletas classificados para esta  competição, em 14 de outubro, e vai contar com exclusividade aos leitores do blog, às quinta-feira,  como está se preparando para conquistar a premiação máxima do triatlo.  #corridaparatodos #triatlho #ironman #diáriodoIgorAmorelli

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Foto do author Silvia Herrera
Por Silvia Herrera
Atualização:
 Foto: Estadão

Amorelli nasceu em BH e se mudou para Balneário Camboriú (SC) ainda bebê. Foi o primeiro brasileiro a vencer um Ironman no Brasil, em 2014, e sua melhor classificação em Kona foi 13º em 2013. Este ano ele está em ótima fase e vai com tudo em busca do pódio.

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"Olá pessoal que acompanha o Blog Corrida Para Todos. Para quem não me conhece sou o triatleta Igor Amorelli. É um prazer enorme poder contar um pouco da minha trajetória por aqui até o Mundial de Ironman, que acontece no segundo sábado de outubro, em Kona, no Havaí.

 

Pra começar gostaria de falar bem rapidamente sobre a prova havaiana. Kona é a meca do esporte. É onde todo triatleta de Ironman sonha em chegar, afinal de contas apenas os melhores do mundo conseguem uma vaga. No enanto, tão difícil quanto se classificar para o Mundial é encarar os 3.8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida nessa prova tão peculiar. Qualquer Ironman exige muito dos atletas, mas Kona é ainda mais desafiador. E é aí que entra o gancho deste meu primeiro assunto: a parte mental.

 

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Desde 2016 eu venho fazendo um trabalho de coaching com a profissional Rafaela Michelin. Em março do ano passado, durante minha preparação para o Ironman Brasil, sofri um acidente e quebrei o braço. Tive que passar por uma cirurgia e o meu primeiro semestre ficou comprometido. Além de ter que correr atrás do tempo perdido (e dos pontos para Kona!), eu precisei lidar muito com o psicológico. A Rafa era minha amiga de muitos anos e começou a me dar dicas. Gostei dos resultados e passei a fazer um trabalho mais dedicado nessa parte, o que me ajudou bastante.

 

 Foto: Estadão

Eu sempre me cobrei muito, e isso nunca vai mudar, mas alguns aspectos interferiam no meu rendimento. Eu perdia muito tempo com coisas que não estavam ao meu controle e isso me consumia uma energia desnecessária. Um dia de treino ruim era o suficiente para me deixar irritado e precisei entender que isso faz parte da rotina de um atleta de alto rendimento. Não é todo dia que as coisas saem como a gente quer. Depois disso passei a fazer as coisas com muito mais consciência.

 

Durante os treinamentos para Kona, a parte mental é ainda mais importante. Essa fase dos últimos dois meses antes da prova é muito desgastante. É tanto treinamento que não dá tempo de ficar ansioso para a prova. Quando não estou treinando eu descanso. Competir em Kona é bem complicado, mas o treinamento para chegar bem lá é tão árduo quanto.

"Você tem que estar

pronto para sofrer"

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Toda essa rotina deixa o meu dia a dia muito regrado, incluindo não só a parte de treinamentos, mas toda dedicação mental e a alimentação. Isso é outra coisa que requer muita atenção. Estou na fase da dieta onde perco peso, então não tem muita frescura com comida. Brinco que até pão duro de uma semana vale. Qualquer coisa que tenha carboidrato me deixa feliz (risos).

 

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Minha preparação até o momento vai muito bem e esse ano eu espero chegar na minha melhor forma, tanto física quanto mental. Já fui quatro vezes ao mundial de Kona e meu melhor resultado foi justamente na minha estreia. No entanto, minha melhor prova ainda não saiu lá. Desde a minha estreia em Kona, em 2013, sinto que evolui muito. Sou mais atleta se assim posso dizer. Além disso, já estou mais ambientado com o local, conheço a prova e sei como a banda toca por lá. Apesar de que... Todo ano em Kona é diferente.

 

Ano passado, como já disse, tive um ano bem atípico e me classifiquei em cima da hora. Estava até bem fisicamente, mas muito cansado mentalmente e Kona não perdoa isso. Não consegui me concentrar muito bem e no dia da corrida. Para completar, tive um problema mecânico na bike que me custou a prova. Lá é um lugar em que você tem que estar pronto para sofrer. E Kona vai te cobrar isso.

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 Foto: Estadão

Posso dizer que 80% dos atletas que largam por lá têm chances de brigar por um lugar entre os top-10. Todo mundo chega bem treinado, estamos falando dos cinquenta melhores do mundo, e no dia da prova o que define mesmo é a cabeça. Eu acho que 2017 é o ano para que as coisas saiam como planejei. Estou treinando bem e muito focado. Vou para Kona em busca do meu melhor resultado e buscando brigar por uma posição lá na frente. 

Conto com a sua torcida nessa reta final para que esse objetivo se concretize!" 

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