A abertura gradual dos parques e a volta aos treinos de corrida ao ar livre exigem cautela e a colaboração de todos para que não haja aglomeração e aumento de casos da COVID-19- e consequentemente - novas restrições. Para correr, caminhar e pedalar nos parques e ruas das cidades é necessário o uso de máscaras esportivas, com tecidos antibactericidas e que favoreçam a respiração. O pulo do gato é a modelagem.
Uma das máscaras mais interessantes é a desenvolvida pela designer Cris Racca, corredora e biker amadora. Formada em moda, encontrou nos esportes o seu caminho e é especializada no desenvolvimento de roupas inteligentes para atletas desde 2005, quanto mais difícil a solicitação, mais Cris gosta.
Ela explica que seu trabalho é ajudar a performance e o conforto, por meio de peças inteligentes. Para uma modelagem mais eficiente, ela estuda a mecânica do movimento, tecidos inteligentes, sistema refletivo para segurança, entre outros pontos."Procuro me colocar no lugar do atleta, quais são as necessidades dele, e desenvolvo uma peça para ajudá-lo na atividade física. Quero que o atleta não lembre da roupa durante uma competição. Isso significa que ela funciona, se lembrar da roupa é porque ela causou algum desconforto", explica.
Agora, em tempos de pandemia e protocolos para os treinos, Cris desenvolveu uma máscara esportiva, a pedido do seu treinador, nessa mesma sintonia. A designer estava relutante em fabricar esse produto, não quer lucrar com a pandemia, e fez um produto com um preço bem cessível - R$ 15. "Não queria entrar nessa área, mas os casos de intoxicação de gases me impulsionaram a desenvolver o projeto. E foi bem assertivo", explica.
O principal desafio foi a modelagem e o elástico, para que a peça não saísse do rosto, mesmo movimentando. "Meu sexto sentido dizia que a máscara teria que ter secagem rápida e favorecesse a a troca de gases. E em contato com uma médica, consegui desenvolveu o projeto em duas semanas", conta. A máscara tem duas camadas de tecido e no meio delas o usuário deve colocar uma folha de papel toalha, ou filtro de café. "No treino, o esportista leva os filtros e vai trocando, não deixando a peça umedecer", explica. Cris lançou o produto no Instagram e a demanda foi grande, com entrega em todo o Brasil. A designer explica que máscara não é exclusiva para atletas.
Por ser uma peça inteligente, cada detalhe foi pensando. Tecido antibactericida, UV, elásticos costurados, que ajudam no apoio da peça, que se ajusta ao rosto, sem perder o formato nem quando você fala, respira mais forte, corre ou pedala. Ela não sobe nem desce, protegendo 100% o nariz e a boca. A costura é muito bem feita e o local para colocar o filtro é uma abertura circular na parte interior. O tecido interior tem uma trama bem aberta para favorecer a troca de gases. Um dos desafios foi exatamente esse, não deixar a máscara cair de jeito nenhum. E que fosse anatômica, sem pegar nos olhos. Alguns atletas deram feedback e a máscara foi sendo aprimorada.
Há três tamanho e três opções de cores. Cada máscara custa R$ 15 e o frete, mais o frete R$ 21, totalizando R$ 36. É possível comprar kit com dez ou 14 máscaras. disponível nos tamanhos P, M e G, e nas cores chumbo com laranja, branca com verde e rosa com vermelho. Para adquirir, basta acessar o site www.crisracca.com.br .
As marcas esportivas estão investindo na ideia. A adidas vende máscara de tecido sintético, que podem ser lavadas e reutilizadas. Vendem o pacote com três unidades a R$ 59,99. E a cada pack de máscara comprado, a marca alemã doa R$ 10 para o Fundo Global de Resposta ao Coronavírus da Save The Children. Segundo a adidas, a máscara não é normatizada pela área de saúde, nem como equipamento de proteção, mas pode ajudar a prevenir a disseminação de vírus e germes por transmissão de gotículas; e são vendidas a preço de custo.
A ASICS acaba de anunciar um conjunto de três máscaras esportivas: Runners Face Cover; bandana esportiva e máscara tradicional com mash tecnológico. A ASICS realizou uma pesquisa com 1.250 corredores em todo mundo e 79% deles disseram que correr com máscara convencional não é uma experiência agradável. E a Runner Face Cover foi desenvolvida em Kobe (Japão) pela equipe de cientistas e designers da marca. Os produtos vão chegar no Brasil em outubro, a R$ 149,90 a Runner Face Cover, a bandana R$ 49,99; e a máscara tradicional R$ 29,99.
Confira abaixo entrevista com Cris Racca
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