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Provas de rua de A a Z

O mundo running acelerou

ABRACEO anuncia 566 provas no Estado de São Paulo até o fim do ano

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Por Silvia Herrera
Atualização:

O telefone toca raramente. Só alguém da família ou das companhias telefônicas tentando vender o melhor plano do mundo. Mas o tal do zap apita o dia inteiro, mesmo caso dos e-mails, das mensagens no Instagram e no Facebook. É tanta coisa que o melhor a fazer é acordar cedo, se conectar apenas com você e cuidar de se mexer um pouco, para encarar essa rotina digital insana. Vale yoga, caminhar com o cachorro, correr, pedalar, nadar, jogar bola, tênis, pular corda.

Maratona de São Paulo  

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Treino pago, checo a agenda no Google e escrevo as prioridades do dia. Aprendi a fazer isso no jornalismo, senão você perde o foco, e consequentemente o tempo. E esta semana uma dessas prioridades foi conferir o evento presencial da Associação Brasileira de Corridas de Rua e Esportes Outdoor (ABRACEO), que reuniu esses empresários de todas as partes do país para que o mercado running brasileiro cresça e apareça. E a grande novidade foi apresentada pelo presidente da entidade, Paulo Carelli: o lançamento oficial de 362 corridas de rua, mais 52 corridas em trilhas, mais outras provas, totalizando 566 eventos esportivos no território paulista até o fim do ano, 123 deles na capital. E esses são só os eventos dos membros, ou seja, no total vão ser mais. Tem de tudo um pouco, já fiquei de olho em uma que vai ter em Cunha. Clique aqui para acessar o calendário.

ABRACEO reuniu o setor running em evento em São Paulo  

Até o secretário municipal de Esportes deu o ar da graça. Carlos Vianna afirmou que a porta do seu gabinete está aberta aos membros da ABRACEO. Ele reforçou a importância do segmento para a capital paulista, que ajuda financeiramente o município, não apenas com os impostos, mas mantendo os cidadãos saudáveis e longe do SUS. O Big Data dos app que monitoram atividades físicas têm provado isso no mundo inteiro. Mais esporte = menos doença.

"O ESPORTE É O QUEMAIS BENEFICIA A SAÚDE"

Dr. Paulo Kertzman é do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa. Divulgação ABRACEO/FOTOP  

Mas quem roubou a cena foi o ortopedista Paulo Kertzman, do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa, que desde 2005 bate nessa tecla. E uma das metas do grupo é se aproximar dos corredores de rua, da Educação Física e dos organizadores das provas, para promover a saúde por meio da atividade física. E para termos mais provas com links à saúde, como as famosas do Outubro Rosa.

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"O esporte é o que mais beneficia a Saúde. As pessoas são treinadas para tomar remédios, os médicos são treinados para prescrever remédios, mas se cada um de nós começar a se exercitar um pouquinho, uma meia horinha por dia, vamos tomar menos remédio, gastar menos e teremos uma saúde muito melhor", afirma Kertzman.

Este grupo, toda terça-feira de manhã, atende no Ambulatório do Trauma Esportivo, que é do SUS. Atendem pessoas carentes, entre elas corredores de rua e atletas, que são avaliadas e encaminhadas para exames e cirurgias

"Nós somos um pouco preguiçosos, se faz frio não queremos nem sair de casa, ou colocamos a culpano trânsito, ou no preço das roupas e calçados esportivos. E para começar não é preciso nada disso. Basta um pouquinho de boa vontade. Fique meia hora longe da tevê, do celular, e comece uma caminhada. De repente descer uma estação antes do Metrô, dar uma caminhada em volta do quarteirão", sugere o médico. E para completar os 150 minutos por semana de atividade física, recomendados pela OMS, não precisam ser 30 minutos direto, você pode caminhar 10 minutos de manhã, 10 na hora do almoço e 10 à noite. "Qualquer movimento conta", observa o médico. "Está sentado trabalhando, a cada uma hora se levante vai até o banheiro e volte; desça e suba uma escada. O ideal é 30 minutos por dia, mas se não der, começa com 10 minutos", explica.

ADOLESCENTES

Outro dado a ser analisado é o aumento da obesidade e do sedentarismo entre os adolescentes. "Nossa preocupação é com a faixa etária dos 10 aos 15 anos, é só fritura e videogame. Sugerimos aos pais que seja meia hora de videogame intercalada com meia hora de exercício físico, que as escolas também promovam isso. Eles ficaram muito tempo afastados em casa, longe dos amiguinhos, o que aumento os casos de depressão. É hora de colocar a garotada no esporte, natação, futebol, balé, judô, as escolas têm que oferecer isso também", sugere o médico, que é corredor de rua há anos. Fica a dica aí para o secretário.

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