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Análise e notícias de MMA

Jon Jones peca de novo e Brock Lesnar concentra os holofotes do UFC 200

'Bones' é pego em exame antidoping e acaba sacado daquele que poderia ser o maior evento da história do Ultimate

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Por Fernando Arbex
Atualização:

O Coronel Nascimento disse que se impressionava com a vontade do Capitão André Matias de fazer besteira, no filme Tropa de Elite 2, mas isso porque ele não conheceu Jon Jones. O ex-campeão meio-pesado do UFC - atual campeão interino da categoria - teria a chance neste sábado de recuperar seu cinturão contra Daniel Cormier, adversário que ele já venceu uma vez, mas foi pego em exame antidoping surpresa feito em 16 de junho e o duelo foi cancelado. Mais uma mancha na tão brilhante quanto tumultuada carreira de "Bones", mais uma chance para Brock Lesnar ser o centro das atenções.

 Foto: Estadão

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Lesnar vs. Hunt. Serão duas disputas por título no UFC 200 - Aldo vs. Edgar II e Tate vs. Nunes -, mas o Ultimate não teve dúvidas em alçar o retorno do gigante peso pesado ao principal posto do evento, mesmo que em um confronto de três rounds. A organização preterir o critério técnico pelo comercial não é novidade para ninguém, Ronda Rousey e Conor McGregor são raras exceções entre as divisões femininas e mais leves que conseguem atrair significativa atenção do público. Lesnar, por sua vez, é o Rei Midas do MMA.

O que esperar de sua luta com Mark Hunt? O velho embate entre um wrestler contra um striker. O próprio Lesnar admitiu que essa será a dinâmica do confronto: "Ele tentará me nocautear e eu tentarei levá-lo para o chão". Ao contrário do que acontecia no início da carreira de Hunt, entretanto, hoje ele até tem alguma capacidade de defender quedas. Não foi o suficiente contra Stipe Miocic, apesar da ressalva de que o atual campeão peso pesado do UFC tem mais recursos para esconder suas entradas para derrubar, já que possui boa técnica de boxe.

Lesnar, ao contrário, anuncia que levar o rival para o solo é o que ele tentará fazer. O ex-campeão do UFC até conseguiu um par de knockdowns em sua carreira, contra Heath Herring e Randy Couture, mas foram lances isolados em sua trajetória. Pode se repetir? Sim, inclusive Hunt foi nocauteado por Fabrício Werdum segundos depois de defender uma entrada de queda (gif). Lesnar bate pesado com a mão direita, mas trocar golpes em pé não é sua vocação.

O norte-americano chegou a ser campeão porque derrubava seus oponentes. Lesnar é uma força da natureza e esse estilo até grosseiro funciona - ou funcionava. Quatro anos e meio depois de se aposentar, é duvidoso que o ex-campeão tenha o mesmo timing de luta que tinha no auge, este ainda mais distante porque a diverticulite passou a afetar seu desempenho a partir de 2009. Foi há sete anos, no UFC 100, que aquele monstruoso peso pesado se apresentou e destruiu Frank Mir. Faz tempo.

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Já Hunt tem estado ativo e melhor a cada dia. O neozelandês tem limitações claras por ter migrado do kickboxing para o MMA depois de velho, mas ele melhorou o quanto podia e hoje é um atleta de ponta - mesmo que na limitada divisão dos pesados. Se for paciente e frustrar o feroz ímpeto inicial do adversário, o "Super Samoano" terá a luta nas mãos depois da metade do segundo round. Isso se um contra-ataque, talvez um upper ou um gancho de esquerda, não achar o queixo do norte-americano antes.

A curiosidade é que a primeira vitória de Hunt no UFC, primeira após seis derrotas seguidas, por sinal. foi sobre Chris Tuchscherer, amigo e então companheiro de treinos de Lesnar em 2011. O neozelandês soube dosar agressividade com paciência e deixou o oponente receoso com golpes conectados no primeiro round. No segundo, definiu a vitória com um upper encaixado quando Tuchscherer tentava uma queda desesperada. Não é um cenário impossível de se repetir, até porque Lesnar tem histórico de se amedrontar depois que o primeiro golpe entra.

Apesar dos pesares. As cartas estão na mesa e é uma pena para o Ultimate esse novo episódio de Jon Jones, que pode pegar dois anos de suspensão. A nova política antidoping da organização, chefiada pela Usada, vai dando sinais de sucesso, embora seja difícil de acreditar que o uso de esteroides esteja de fato com os dias contados no MMA e em todos os esportes. Sorte para o UFC 200 é que Lesnar está de volta: ganhando ou perdendo, não há ninguém maior do que ele.

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