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A decisão do título deverá ser limpa

Por liviooricchio
Atualização:

27/X/08 Amigos, esse é o texto da minha coluna no JT nesta segunda-feira

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Foram muitos os comentários, depois do GP da China, de que Kimi Raikkonen, Heikki Kovalainen e até Rubens Barrichello poderiam ser decisivos para Felipe Massa ou Lewis Hamilton conquistarem o título, domingo em Interlagos. Raikkonen, como parceiro de Massa, encontraria uma maneira de se envolver numa disputa com Hamilton e, de alguma forma, impedi-lo de seguir adiante na corrida. Assim Massa, se vencesse ou fosse segundo, se tornaria campeão do mundo.

Kovalainen faria o mesmo com Massa, que fora da prova garantiria a Hamilton a conquista do seu primeiro título. O piloto da Ferrari tem de ser primeiro ou segundo colocado e ainda depende da classificação de Hamilton. Bate-papos entre torcedores sugerem até que Rubinho colaboraria com o amigo Massa ao discretamente prejudicar Hamilton na pista e, assim, poderia se despedir da Fórmula 1, caso não renove com a Honda ou encontre patrocinadores para correr na Toro Rosso, sendo decisivo para Massa ser campeão.

Amigos, nada disso vai acontecer. Pode até ser que Hamilton ou Massa não terminem a última etapa da temporada, mas será por incidente de competição e não porque a Ferrari instruiu Raikkonen a deliberadamente colocar Hamilton para fora da pista. Ou a McLaren ordenou Kovalainen a fazer o mesmo com Massa. Menos ainda Rubinho aceitaria qualquer sugestão, seja lá de quem for, para agir duro com o inglês para facilitar a vida de Massa.

Se Hamilton e Raikkonen dividirem uma freada, faz sentido acreditarmos que o finlandês não irá arrefecer, não irá tirar o pé do acelerador, a fim de deixar a iniciativa para o adversário de seu companheiro de equipe. O mesmo se espera de Kovalainen em relação a Massa. E nisso podem até tocar rodas. Mas não imaginemos, por favor, que Raikkonen ou Kovalainen, os dois finlandeses, vão pilotar à lá Michael Schumacher em Adelaide, em 1994, e Jerez de la Frontera, 1997.

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Nas duas ocasiões, conscientemente, o alemão lançou seu carro na direção da Williams de Damon Hill, em 1994, e de Jacques Villeneuve, em 1997. Na primeira colou. Apesar da indignação de muitos na Fórmula 1, Schumacher, então na Benetton, celebrou o título. Já em 1997, na Ferrari, a FIA lhe retirou o vice-campeonato como punição.

Raikkonen, Kovalainen e Rubinho não têm o mesmo talento de Schumacher, o piloto mais completo que vi correr, mas possuem caráter bastante distinto. Surpreenderão o mundo se em Interlagos agirem antidesportivamente.

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