A lógica é a falta de lógica

11/IV/11

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Por liviooricchio
Atualização:

Amigos, esse é o texto da minha coluna, hoje, no JT

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  Tempo de Fernando Alonso, sábado, na classificação do GP da Malásia para ser o quinto no grid: 1min35s802, a nada menos de 932 milésimos do pole position, Sebastian Vettel, da Red Bull, ou seja, quase um segundo, uma eternidade para os padrões da Fórmula 1. Tempo de Felipe Massa, sétimo, 1min36s251, a impressionantes 1 segundo e 381 milésimos de Vettel. Lewis Hamilton, da McLaren, segundo no grid, foi 104 milésimos apenas mais lento que Vettel.

  Quem, em sã consciência, sabendo como funciona a Fórmula 1, poderia supor que tanto Alonso quanto Massa poderiam apresentar ritmo de corrida semelhante ao de Vettel, mesmo quando o seu Kers estava ativo, e em alguns momentos melhor que o de Hamilton? Pois esse é o cenário da Fórmula 1 na sua versão 2011. A lógica é exatamente a ausência de lógica para explicar o desenvolvimento da competição.

  Outro dado que corrobora o evidenciado em Sepang, primeiro circuito de verdade do calendário, é a diferença entre o melhor tempo de cada piloto na corrida e o registrado na classificação. Essa diferença ajuda a explicar a razão de Alonso e Massa acompanharem a uma distância muito menor da suposta o ritmo de Red Bull e McLaren. Vettel, para ser pole, fez 1min34s870, enquanto na prova marcou a sexta melhor volta, 1min41s539. Foi, portanto, 6 segundos e 669 milésimos mais lento.

  Já Alonso, no fim da corrida registrou 1min40s717, segunda melhor, o que o fez ser 4 segundos e 915 milésimos mais lento que na classificação. Massa, com a nona melhor volta ontem, 1min41s999, foi 5 segundos e 748 milésimos mais lento. Repare que a diferença de Alonso e Massa, em corrida, para o que fizeram na classificação, é bem menor dos 6 segundos e 669 milésimos de Vettel.

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  Esses dados mostram que apesar da inequívoca superioridade da Red Bull e o momento mágico de Vettel, as variáveis este ano são tantas e capazes de interferir de forma tão dramática nos resultados que seria no mínimo imprudência afirmar que o atual campeão do mundo não terá, em nenhum instante, adversários. Faz sentido acreditarmos que haverá luta pelas vitórias. E talvez demore bem menos do suposto depois do GP da Austrália.

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