Costa é apenas o primeiro da lista

24/V/11

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Por liviooricchio
Atualização:

Livio Oricchio, de Nice

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  De 1999 a 2004, a Ferrari conquistou seis títulos mundiais de construtores seguidos. No período, Michael Schumacher foi campeão cinco vezes consecutivas, de 2000 a 2004. É o maior sucesso da história da Fórmula 1 num determinado espaço de tempo.

  A espinha dorsal desse fenômeno era formada pelo diretor geral, Jean Todt, o diretor técnico, Ross Brawn, o projetista-chefe, Rory Byrne, e, claro, o talento de Schumacher. Com a estrutura montada por eles, a atual formação, Stefano Domenicali no lugar de Todt, Nikolas Tombazis no de Byrne, Aldo Costa no de Brawn e Kimi Raikkonen no de Schumacher, venceu o campeonato de 2007. E, no ano seguinte, Felipe Massa terminou vice.

  Depois disso, ou seja, nas duas últimas temporadas, o trabalho do projetista Nikolas Tombazis e do diretor técnico, Aldo Costa, e o gerenciamento esportivo de Stefano Domenicali mostraram-se muito aquém do realizado pelos profissionais que os precederam. A diferença de competência é palpável. Aquela estrutura vencedora já não serve mais para a Fórmula 1, os desafios são outros. E os novos profissionais não foram capazes de responder com eficiência.

  Ontem a Ferrari, sensibilizada com o que aconteceu domingo no GP da Espanha, começou a reestruturar seu time: Aldo Costa foi a primeira vítima. Não é mais o diretor técnico. Não vai nem a Mônaco, onde amanhã começam os treinos livres. Na prova de Barcelona, Fernando Alonso chegou em quinto, uma volta atrás dos quatro primeiros, Sebastian Vettel, da Red Bull, Lewis Hamilton, McLaren, Jenson Button, McLaren, e Mark Webber, Red Bull.

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  As mudanças não param por aí. O inglês Pat Fry, ex-engenheiro da McLaren e na Ferrari desde o fim do ano passado, assumiu a função de Costa, mas especificamente para cuidar do chassi. A produção está a cargo de Corrado Lanzone e motor e eletrônica, Luca Marmorini. O mesmo Pat Fry é o responsável por buscar profissionais de comprovada capacidade nos outros times. Fry está bem ativo há dois meses.

  A prioridade máxima da Ferrari, agora, é um substituto para Tombazis. Isso porque o modelo de 2012 já está sendo estudado no túnel de vento e o presidente da empresa, Luca di Montezemolo, com fundamentadas razões, não deseja que o coordenador continue sendo o engenheiro grego. Pesa contra ele e Costa ainda os problemas de calibragem do túnel de vento, que falsificaram o projeto do modelo atual. O mercado de projetistas é bastante restrito, hoje, na Fórmula 1. Não há grandes nomes disponíveis.

  E quem deverá deixar a organização italiana, também, é Domenicali. Aceito por todos no grupo como um técnico (tem formação de engenharia) e homem dos mais íntegros, falta-lhe, porém, o que é mais necessário numa escuderia como a Ferrari: liderança forte. É muito pouco provável que seja ele a ditar os rumos do time em 2012.

  Os dois pilotos têm contrato com a Ferrari para 2012. Alonso, até o fim de 2016. E o espanhol só estendeu seu compromisso, semana passada, e por tanto tempo, depois de saber que a equipe seria reestruturada. Montezemolo garantiu Massa no ano que vem. Mas para não correr risco de ser substituído pelo eventual sucessor de Domenicali será essencial que passe a produzir bem mais que nas duas últimas etapas. A diferença de desempenho para Alonso tem sido alarmante.

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