liviooricchio
08 de dezembro de 2008 | 20h27
08/XII/08
A recente política externada pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, de se evitar as administrações perenes nas entidades gerenciais, orientou a assembléia extraordinária da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), ontem, na sua sede, no Rio.
Pela primeira vez na história de quase meio século da CBA, as federações convocaram a assembléia. O encontro discutiu vários temas. As propostas de mudanças estatutárias eram colocadas e os representantes das federações votavam.
Assim, decidiu-se pela antecipação das eleições da segunda quinzena de março para a primeira quinzena de janeiro. O objetivo é fazer com que o futuro presidente da CBA tenha algum tempo entre ser eleito e assumir, em janeiro, e a temporada brasileira de competições iniciar, em abril.
Outra alteração importante foi a substituição do voto quantitativo pelo unitário. Estados com maior atividade esportiva na área e federação fundada há mais tempo, como São Paulo, tinham número de votos bem maior que federações que lutam para realizar competições de automóvel.
Com a mudança aprovada ontem, o novo presidente da CBA sairá do voto direto dos 18 presidentes das federações, desde que cumpram as exigências estatutárias. Até segunda-feira a CBA vai marcar a data da eleição para o período 2009-2013.
Há cerca dois meses, alguns representantes de federações tiveram dificuldades para acessar os livros contábeis da CBA, por isso se pensou até numa auditoria externa. Mas ontem, na assembléia, criou-se a possibilidade estatutária de qualquer federação, em qualquer tempo, pedir vistas ao registros contábeis e ser atendida em até dez dias.
Paulo Scaglione concorre ao terceiro mandato seguido, enquanto a chapa “Por uma CBA de verdade”, liderada por Clayton Pinteiro, de Pernambuco, e apoiada por campeões como Paulo Gomes, nomeado diretor de marketing, tenta a primeira legislatura.
“Foi uma vitória da democracia”, afirmou Pinteiro. “Acho que nossa chapa sai fortalecida dessa assembléia”, comentou. O dirigente diz ter apoio de 13 das 18 federações.
Não deixa de ser surpreendente como a assembléia transcorreu, ontem, sem desgastes entre os que estão no poder e os que pleiteavam e conseguiram, por serem maioria, as mudanças nos estatutos.
Sem dúvida, abriram-se boas perspectivas de a CBA passar a ser administrada por gente nova, como sugere o ministro e, principalmente, clama, em quase desespero, a maior parte da comunidade automobilística.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.