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FIA limita custos da F-1. Mas foi longe demais!

Por liviooricchio
Atualização:

17/I/08

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Li ainda há instantes no site da revista inglesa Autosport que Max Mosley, presidente da FIA, levou mesmo adiante sua idéia de limitar os custos da Fórmula 1. Recebemos aqui na redação do Estadão, também, os textos distribuídos pela maioria das agências internacionais. A Reuter divulgou a notícia em detalhes.

O presidente da FIA escreveu para as 11 equipes dizendo que a partir de 2009 terão limites de investimento. Eles atingem a área de motores, pilotos e ações promocionais e de marketing. Já chefes de equipe estão fora desse controle.

O próximo passo dessa história será dado dia 31, em Paris, quando novo encontro entre representantes das equipes com o inglês Tony Purnell deverá definir os limites para a temporada de 2009 e a maneira como irão gerenciar o cumprimento das regras. Purnell foi o principal dirigente da equipe Jaguar e hoje presta serviços para a FIA.

Assim como existe o Technical Working Group (TWG) para estudar mudanças na área técnica da Fórmula 1, Mosley coordenará a criação do Financial Working Group (FWG) a fim de encontrar junto das equipes, até junho, uma forma de limitar e controlar os gastos. Se não houver acordo, tudo o que foi deliberado na reunião do Conselho Mundial, dia 7 de dezembro, será adotado.

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A Autosport traz que Mario Theissen, por exemplo, diretor da BMW, vê com simpatia a iniciativa, mas defende a redução e o gerenciamento de custos em áreas especificas das atividades das escuderias e não como um todo apenas.

Mosley deseja uma revolução na área de motores. O desenvolvimento dos atuais modelos V-8 de 2,4 litros está congelado até o fim de 2012. Mas já a partir de 2009 as equipes poderão trabalhar no projeto de uma nova unidade a ser introduzida em 2013.

A FIA espera que as especificações desse motor sejam acertadas até 1º de janeiro de 2009. Deverá ser menor, bem mais barato e o combustível a ser discutido ainda, já que necessariamente terá de ser uma fonte o menos poluível e a mais renovável possível.

Agora atenção, hein, vale já para este ano: a primeira troca de motor de cada piloto não implicará a perda de dez posições no grid, como na temporada passada. Em comum acordo com os representantes dos times, Mosley estabeleceu que apenas a partir da segunda substituição do motor haverá perda de 10 posições no grid.

Até agora, só informei. Vamos lá. Quanto à FIA exigir o uso de apenas um túnel de vento por escuderia, limitar o número de horas de trabalho nos estudos aerodinâmicos, dá para compreender o que leva a entidade a agir dessa forma. Por mais paradoxal que possa parecer, o superdesenvolvimento aerodinâmico dos modelos de Fórmula 1 é um grande mal para a competição. Ao menos para mim, apesar de absolutamente apaixondo por aerodinâmica.

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Hoje, como já escrevi aqui, a maioria das equipes mantém três turnos de técnicos, oito horas cada uma, em média, realizando experimentos em túnel de vento. Como os pneus são, agora, monomarca e a evolução da maior parte das áreas dos motores está congelada, onde se ganha tempo num carro de Fórmula 1 é, essencialmente, na aerodinâmica.

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Custa muito e gera a grande maioria das dificuldades de se ultrapassar nas corridas. A aerodinâmica como está, atualmente, é um mal para a Fórmula 1. Nada a contestar, apesar de achar bem difícil controlar o uso dos túneis.

Agora, a FIA estabelecer limites para salários de pilotos e nos valores destinados à promoção da marca ou produtos não faz sentido. Pago quanto quero e invisto o quanto posso. Acabou! E não devo satisfação a ninguém. Mais: não interessa a quem quer que seja o quanto eu coloco de dinheiro nisso. É lei de mercado e de saúde financeira do meu grupo. Acho que desta vez Mosley colocou as manguinhas de fora além da conta.

Desde a origem da Fórmula 1, em 1950, nunca se fez o que a FIA promoveu agora. Ok, novos tempos, há mesmo a necessidade de adequar à competição à realidade dos dias de hoje. Mas vamos com calma. A FIA está indo longe demais. Acredito em reação das equipes. A Ferrari já manifestou-se contrária.

Essa história vai crescer.

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