Há dez anos, em Suzuka, Schumacher tornava-se o maior vencedor da história da F-1

12/X/12 Suzuka

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Por liviooricchio
Atualização:

Olá amigos. Tive o privilégio de trabalhar nas sete provas em que Michael Schumacher conquistou seus sete títulos mundiais. Em 1994 em Adelaide, na Austrália, 1995, Aida, aqui no Japão, de onde escrevo agora, 2000, Suzuka, também Japão, 2001, Hungria, 2002, Magny-Cours, na França, 2003, aqui de novo, e 2004, Spa-Francorchamps, na Bélgica. Os atentos jornalistas do portal do Estadão me solicitaram para redigir um texto sobre o título de 2003, ao me lembrarem de que hoje faz dez anos daquela data. Dei uma olhadinha no arquivo de meu computador e escrevi o que se segue, agora. Este mesmo texto, mas editado e ilustrado com fotos, pode ser encontrado na seção Esportes-Velocidade do portal www.estadao.com.br. Há lá também outros textos produzidos pela Agência Estado.

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Recado: teremos de esperar até eu regressar à Europa, terça-feira, para regularizar a questão dos comentários aqui no blog. Também fui pego de surpresa com a nova determinação de só ser possível comentar através do Facebook. Eu preciso me inteirar melhor sobre a forma como irá funcionar para poder voltar a interagirmos. Grande abraço, amigos!

O texto:

Há exatos dez anos, 12 de outubro de 2003, também em Suzuka, Michael Schumacher tornou-se o piloto com maior número de títulos da história da Fórmula 1, seis, ultrapassando, assim, o lendário Juan Manuel Fangio, que nos anos 50 havia sido cinco vezes campeão do mundo. Curiosamante, naquele GP do Japão em particular quem brilhou não foi Schumacher, apenas oitavo colocado, mas seu companheiro de Ferrari, Rubens Barrichello.

Como de hábito o autódromo japonês estava lotado. Aquela era a 16.ª e última etapa da temporada e Suzuka não assistia a uma definição de campeonato há três anos. As duas edições anteriores do Mundial, também vencidas por Schumacher, foram na Hungria e na França, pouco depois da metade das provas terem sido realizadas, para se ter uma ideia da hegemonia de Schumacher.

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Em 2003, a novidade era aquela: o alemão da Ferrari chegou à prova final sem ser, ainda, campeão. Mas quase. Somava 92 pontos diante de 83 de Kimi Raikkonen, da McLaren. Sem carro para lutar com Schumacher, o finlandês adotou regularidade impressionante: obteve sete segundos lugares e um terceiro. Venceu apenas na Malásia. Já Schumacher havia sido primeiro seis vezes.

Para interromper a série de títulos de Schumacher, Raikkonen precisaria vencer e torcer para o alemão não marcar pontos. Naquela época, o critério de pontuação era outro. Apenas os oito primeiros recebiam pontos, não os dez, como se faz desde 2010. O vencedor recebia 10 pontos. No caso de vitória, Raikkonen chegaria a 93 (83 + 10). Schumacher, com o oitavo lugar, ou seja, um ponto, terminaria com 93 também (92 + 1), mas seria campeão por ter sido primeiro seis vezes diante de apenas uma do piloto da McLaren.

No fim, Rubinho disputou junto do GP da Grã-Bretanha daquele mesmo ano as maiores corridas da sua carreira e venceu. O que por si só já garantia o título para Schumacher. Mas, apesar de largar em 14.º (a pista esteve seca e molhada na classificação) e se envolver num acidente na prova, o alemão ainda recebeu a bandeirada em oitavo, obtendo também o ponto que precisava no caso de Rubinho, por exemplo, abandonar no final, e Raikkonen, segundo colocado, ganhar o GP do Japão.

Naquela prova, a Ferrari também se tornou campeã entre os construtores, ao somar depois de 16 etapas 158 pontos diante de 144 da McLaren.

Schumacher demonstrou estar emocionado depois de deixar o cockpit. "É algo que nunca sonhei em conquistar. Quando fiz meu primeiro teste de Fórmula 1 (com Jordan, em Silverstone, em 1991), disse a mim mesmo depois das primeiras voltas que aquilo não era para mim, por as reações do carro serem muito mais rápidas do que eu poderia reagir. Mas à medida que ia ganhando confiança fui aprendendo a dominar o carro e acabei gostando. E gostei tanto que hoje estou aqui", disse o alemão.

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Não estava tão emocionado, porém, como em Monza, em 2000, quando igualou as 41 vitórias de Ayrton Senna. No fim da carreira, naquela primeira fase, em 2006, atingiria a impressionante marca de 91 vitórias. Em Monza, ao igualar Senna, Schumacher não parava de chorar na sala de imprensa e precisou ser acudido pelo irmão, Ralf, da Williams, terceiro colocado.

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"Chorei porque eu igualei o único piloto que realmente admirei. O conheci no kart, eu era uma criança, e me impressionei. Ganhar o mesmo número de corridas na Fórmula 1 daquele piloto representou realmente muito para mim", comentou Schumacher, em Suzuka, para explicar o motivo de estar feliz com o sexto título mas demonstrar muito menos que em Monza, em 2000.

Rubinho celebrou mais sua vitória no autódromo que Schumacher o sexto campeonato. "Suzuka é uma pista de piloto, você faz muita diferença lá. E eu venci largando na pole. E ao vencer impedi de Kimi ser primeiro, o que poderia lhe dar o título, e com o resultado também minha equipe foi campeã entre os construtores. Concordo, sim, que foi um dos meus melhores Gps", afirmou Rubinho.

No ano seguinte, Schumacher completaria a série de cinco títulos seguidos, o sétimo na carreira, ao receber a bandeirada em segundo no GP da Bélgica, sua pista favorita e onde tudo começou para ele na Fórmula 1 em 1991, com a Jordan.

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