Há sempre um japonês no caminho dos campeões

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Por liviooricchio
Atualização:

25/VI/11

GP da Europa

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Livio Oricchio, de Valência

  Fernando Alonso nunca escondeu que se existe um piloto que sempre admirou é Ayrton Senna. Mas há outro ponto que une o espanhol ao brasileiro, ambos dentre os maiores da história da Fórmula 1: os dois já se viram na frente de um japonês nas corridas, com resultados desagradáveis.

  "Espero que desta vez não surja nenhum japonês para comprometer meu fim de semana", disse Alonso, rindo, em Valência, onde hoje será disputado o GP da Europa. Senna comentou, bravo, depois da cerimônia do pódio do GP do Brasil, em Interlagos, em 1990, após ter sido terceiro: "A equipe tem de instalar um espelho maior para esse japonês (Satoru Nakajima, da Tyrrell)".

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  Claro que nem todo japonês é mau piloto. O cada vez melhor Kamui Kobayashi, da Sauber, está aí para provar. Já cogitado pelas grandes equipes. E hoje Takuma Sato larga na pole position do GP de Iowa da Fórmula Indy. Mas é verdade, também, que as estatísticas mostram que a maioria não está dentre os mais capazes.

  Senna, por exemplo, ficou louco da vida com Nakajima, na volta de Interlagos à Fórmula 1, em 1990, porque ao lhe colocar uma volta de vantagem, na curva do Bico de Pato, no momento que liderava, o japonês fechou a porta e tocou no aerofólio dianteiro da McLaren. Resultado: Senna teve de parar nos boxes e terminou terceiro quando poderia ter vencido. "Eu sonhava vencer em Interlagos", confessou na época, um tanto inconformado em ter de esperar outra oportunidade, que vira de forma espetacular em 1991 e 1993.

  Na estreia de Valência no calendário, em 2008, a alegria de Alonso e da maioria dos 80 mil torcedores durou cinco curvas. Depois da largada, Kazuki Nakajima, da Williams, filho do japonês que se envolveu no acidente com Senna, em São Paulo, tirou Alonso da corrida. "É duro aceitar", afirmou o asturiano, quando regressava aos boxes.

  Mas a sina do espanhol com japoneses em Valência não termina aí. No ano passado, o combativo Kobayashi realizou outra extraordinária prova, bem no seu estilo, vindo lá de trás, e ultrapassou Alonso na última curva, da última volta, para ser sétimo. "Aqueles dois pontos me fizeram falta no final do campeonato", comentou o piloto da Ferrari, oitavo colocado em Valência em 2010.

  É por isso que Alonso disse sexta-feira: "Espero que desta vez não surja nenhum japonês para comprometer meu fim de semana".

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