Hamilton virou piloto low profile

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Por liviooricchio
Atualização:

30/X/08 GP do Brasil Livio Oricchio

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Foz pausada, volume baixo e respostas quase sempre monossilábicas. "Sim, não, talvez, concordo." Olhar distante e expressão de quem está voltado, essencialmente, para si próprio. Esse é o estilo "low profile" assumido por Lewis Hamilton nas últimas etapas do campeonato. Ontem, em Interlagos, sua nova forma de encarar a Fórmula 1, em especial a decisão do título, foi o que mais chamou a atenção no autódromo que está pronto, bonito até, para os primeiros treinos livres do GP do Brasil, hoje. "Para mim é apenas mais uma corrida", afirmou o inglês da McLaren.

Ano passado, Hamilton se apresentou para a etapa decisiva do Mundial, também em São Paulo, bem diferente de ontem. Sugeria estar pouco concentrado. Agora é o oposto. "Tudo era novidade para mim, estava deslumbrado com a mudança radical na minha vida, senti a pressão", disse Hamilton, em Fuji. Um dos responsáveis por apressar a maturidade do piloto de 23 anos é o chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, o que aumentou significativamente as suas chances de ser o mais jovem campeão da história.

"Nos conversamos bastante, mas diria que o maior responsável por essa transformação é ele mesmo. Hamilton aprendeu dominar seus instintos de piloto, de buscar a vitória a qualquer custo", explica Whitmarsh. O médico finlandês Aki Hintsa é outro integrante da equipe que cuida do piloto. "Realizamos um trabalho nas áreas física e mental. Lewis cresceu de verdade." As reações de Hamilton sugerem mesmo maior controle emocional: sua vitória na China, há duas semanas, foi irretocável. "Disputar a etapa final da Fórmula 1 é bem parecido com todo campeonato que participamos", falou, ontem, o piloto.

Apesar do inegável avanço na sua capacidade de concentrar-se, na prova de Fuji, dia 12, Hamilton comportou-se como o que perdeu o título mais fácil da história ano passado, em Interlagos, ao errar depois da largada. "Aqui eu não preciso vencer, a pressão não está sobre nós." De fato, seu adversário, Felipe Massa, só garante o título se for primeiro ou segundo e ainda assim dependerá de Hamilton não se classificar em quinto ou sétimo.

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Uma das maneiras que Hamilton encontrou para pensar apenas na decisão do título é desligar-se de tudo. Sua agenda promocional previu apenas dois compromissos antes de começar, hoje, pilotar sua McLaren nos 4.309 metros. Ontem, por exemplo, ao lhe perguntarem o que pensava da declaração de Eddie Jordan, ex-dono de equipe, de que teria de tomar cuidado com o jogo sujo na corrida, respondeu: "Eu não leio muito sobre o que as pessoas dizem, não presto atenção. Estamos aqui para correr e acredito que todo piloto que está aqui é um profissional do esporte, portanto tenho de acreditar que teremos uma disputa justa."

Os treinos livres, hoje, começam às 10 horas. Os pilotos terão uma hora e meia para acertar seus carros. E à tarde, a partir das 14 horas, outra sessão de uma hora e meia. Já para hoje está prevista a presença de um grande público. A decisão do Mundial está gerando enorme interesse da torcida.

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