31/VII/08 Livio Oricchio, de Budapeste
Os treinos livres do GP da Hungria começam hoje com uma grande pergunta no ar: a Ferrari ficou mesmo atrás da McLaren, como seu desempenho pareceu nas duas últimas corridas, vencidas por Lewis Hamilton, o líder do Mundial? Felipe Massa e Kimi Raikkonen reagiram, com energia, ontem, à idéia de seu time ter sido superado. E Massa fez uma declaração surpreendente, a respeito do sistema de controle de potência da McLaren, um dos seus avanços.
"Nós também temos muita coisa no carro. Eles podem acionar o sistema deles através de um manete (atrás do volante) e todo mundo ver. Mas você pode dispor do mesmo recurso através de um botão no volante." Em outras palavras, a Ferrari, como a McLaren, conta com recurso semelhante. "Não é por aí", falou Massa, para explicar as razões de Hamilton dominar as provas em Silverstone e Hockenheim e assumir o primeiro lugar do campeonato.
"Nós analisamos tudo em detalhes e compreendemos o que aconteceu. Não foi a McLaren que voou, ainda que tenha apresentado ótima performance, mas nós que não exploramos nosso potencial", comentou Massa. Enquanto a McLaren teve rendimento não muito diverso entre pneus duros e moles, a Ferrari perdeu ritmo com os duros, o que explicaria a facilidade de Hamilton no GP da Alemanha.
"Na França foi o contrário. Nós estivemos muito superiores. E também não foi real." Para Massa e Raikkonen, será assim até o fim da temporada. "Uma hora eles na frente, outra nós", afirmou o finlandês. As duas sessões livres de hoje começarão a responder a questão.
Massa reconheceu, no entanto, a importância de não deixar o adversário ampliar mais a diferença. Depois de 10 etapas, Hamilton lidera com 58 pontos diante de 54 de Massa e 51 de Raikkonen. "Acabamos de passar a metade do campeonato. Creio que as próximas duas ou três corridas serão decisivas", afirmou o brasileiro. A Ferrari experimentará, hoje, a tomada de ar do motor tipo bigorna, como outros times. "A Ferrari sempre se caracterizou pela beleza, mas esse componente deixa o carro feio", comentou Massa.
Foi no GP da Hungria, ano passado, que estourou a guerra entre Fernando Alonso e a McLaren, a ponto de o espanhol, duas vezes campeão do mundo, deixar a escuderia no encerramento do Mundial. "Na realidade, apareceu aqui. Os problemas existiam há tempos", corrigiu, ontem, o asturiano, hoje na Renault. Não poupou críticas ao ex-time: "Se eu estivesse lá estaria fazendo o que faz, hoje, o Heikki Kovalainen. Eu não o vi se classificar nenhuma vez com menos gasolina que Hamilton. Esse seria meu papel."
É por isso que apesar da pouca competitividade da Renault, Alonso se diz um homem muito mais feliz que em 2007. "Lá seu estaria lutando pelo 4º ou 5º lugar, é o que sobra ao Kovalainen. Aqui me esfoço para ser 5º ou 6º, mas me divirto. O finlandês foi confirmado pela McLaren, ontem, como companheiro de Hamilton em 2009. Mas negou ser o "segundo piloto" da equipe, como destacou Alonso, em separado.
E sobre Alonso quem falou, ontem, foi Nelsinho Piquet, seu parceiro. Nelsinho vem de ótimo segundo no GP da Alemanha, único pódio da Renault até agora na temporada. "Sei que o Alonso virá com mais vontade de acelerar, vai ser ainda mais difícil para mim", lembrou.
O segundo lugar não mudou o ambiente para ele na escuderia. "Eu nem vejo por esse lado, nosso grupo precisaria de bem mais resultados desse tipo para mudar." A temperatura, ontem, no fim da tarde, era de 31 graus, como será o restante do fim de semana, segundo a previsão meteorológica.
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