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O desafio de Alonso na Hungria será ainda maior

24/VII/12 Livio Oricchio, de Nice

Por liviooricchio
Atualização:

Fernando Alonso vem de duas vitórias e uma segunda colocação nas últimas três etapas do campeonato, em Valência, Silverstone e Hockenheim. Atravessa o auge da carreira, com desempenhos excepcionais, e a Ferrari desenvolveu o seu carro, o modelo F2012, com grande competência. Ninguém questiona. Mas o desafio de Alonso no fim de semana, em Budapeste, 11.ª etapa do calendário, será ainda maior que os enfrentados até agora nas provas mais recentes e que, superados, o levaram a liderar, como todos os méritos, o Mundial.

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"Vencemos, hoje, apesar de não dispormos do carro mais rápido", afirmou o espanhol, domingo, na Alemanha. Alonso viu que a nova versão do modelo MP4/27 da McLaren pode se impor nas próximas corridas. Jenson Button, do time inglês, segundo colocado, comentou, ratificando a interpretação do piloto da Ferrari: "Ninguém era mais veloz do que nós hoje aqui em Hockenheim." E a McLaren anunciou, ontem, que vai complementar o pacote de mudanças no seu agora eficaz carro no GP da Hungria. Button venceu a edição do ano passado.

Além de a McLaren ser séria ameaça à conquista da sua quarta vitória na temporada Alonso pode enfrentar no circuito Hungaroring outra dificuldade: os pneus. Ele liderava as etapas de Montreal e Silverstone quando, depois do último pit stop, ao instalar os pneus mais macios distribuídos pela Pirelli, sua Ferrari não apresentou o mesmo rendimento. Os pilotos da McLaren, Red Bull e Lotus mostraram-se não apenas mais velozes com esses pneus, em corrida, como tinham maior autonomia, os desgastaram menos que a Ferrari.

No próximo fim de semana os pneus vão ser os supermacios e os médios. Há importante diferença nos tempos de volta entre ambos. Os supermacios com certeza ajudarão Alonso na classificação, o modelo F2012 os aceita bem, mas ao longo das 70 voltas da prova na pista sinuosa de 4.381 metros, com o agravante do tradicional calor de Budapeste, a Ferrari tende a sofrer mais que seus adversários diretos. Ao menos foi assim no GP do Canadá e no da Grã-Bretanha, razão de Alonso perder o primeiro lugar nas voltas finais, apesar de em Silverstone serem os macios e não os supermacios. "Cada corrida tem a sua história. Essa é a característica deste campeonato", afirma, sempre, Alonso, para dizer que não há como garantir que a Ferrari não será eficiente.

Mas mesmo que a teoria se confirme na prática, embora como lembrou Alonso cada GP tem seu desenvolvimento particular, o espanhol sairá de Budapeste como o líder da temporada. Sua vantagem para o segundo colocado, Mark Webber, da Red Bull, é de 34 pontos (154 a 120) e o primeiro colocado recebe 25 pontos. Sebastian Vettel, da Red Bull, terceiro, soma 110, Kimi Raikkonen, Lotus, quarto, 98, e Lewis Hamilton, McLaren, 92.

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FIA ordena Red Bull mudar gerenciamento do motor

Antes da largada do GP da Alemanha, Jo Bauer, delegado técnico da Fórmula 1, emitiu comunicado para informar que o programa de gerenciamento do motor Renault do modelo RB8 da Red Bull estava irregular. Os técnicos conseguiram reproduzir em parte o efeito do controle de tração e do escapamento aerodinâmico, recursos proibidos pelo regulamento. Os comissários os autorizaram a competir sem mudanças.

Ontem a FIA anunciou ter mudado o texto da regra a fim de evitar interpretações originais como a da Red Bull. Vettel e Webber vão correr, domingo, portanto, sem o programa de computador que certamente os ajudava, mas provavelmente menos do que os adversários da Red Bull acreditam.

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