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Raikkonen se irrita com tantas perguntas sobre o seu futuro

23/VIII/13 Spa

Por liviooricchio
Atualização:

Em primeiro lugar, Kimi Raikkonen, da Lotus, sexto colocado nos treinos livres desta sexta-feira no circuito Spa-Francorchamps, na Bélgica, explicou a razão de não ter atendido a imprensa, ontem, conforme a programação da equipe. "Para que falar ontem e hoje a mesma coisa?", disse. Todos desejam saber com quem seu empresário, Steve Robertson, está negociando. Em resumo, para quem vai pilotar em 2014.

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Claramente contrariado por estar lá, diante de dezenas de jornalistas, no motorhome da Lotus, Raikkonen começou a entrevista meia hora atrasado e não fez a menor questão de falar um pouco mais alto. Quem estava a mais de um metro e meio dele não conseguiu ouvir uma única palavra. Não deixou de ser um descaso com a imprensa. O finlandês é o piloto mais carismático hoje da Fórmula 1 e sua personalidade o torna amado por um universo enorme de fãs. A imprensa leva até eles a palavra do ídolo.

A respeito da declaração de Robertson, de que não vai mais para a Red Bull, Raikkonen comentou: "Eles pararam de se comunicar conosco". Foi por essa razão que o empresário anunciou, quinta-feira, o fim das negociações. Na Fórmula 1 esse é um sinal de desinteresse. "Vocês têm de perguntar a eles o que desejam. Sei tanto quanto vocês", falou o piloto campeão do mundo de 2007, pela Ferrari, e em grande forma desde o retorno à competição, no ano passado.

Outro time cogitado para Raikkonen tem sido a Ferrari. "Eu posso ir para a McLaren, depois escreveram Ferrari, na sequência Lotus. Ainda não tenho contrato com ninguém, o que mais eu posso dizer?", questionou aos jornalistas, irritado com o fato de estar sendo entrevistado. "Até que eu não tenha nada garantido, 100%, vocês vão continuar me perguntado e eu vou ter de afirmar as mesmas coisas. Não vamos a lugar algum."

O piloto de 33 anos confirmou que há pendências financeiras na Lotus. "Não pagaram como deveriam. Espero resolver isso logo." São essas incertezas no orçamento que levam Roberston a procurar a todo custo outra equipe para Raikkonen. O Estado perguntou se confia na capacidade da a Lotus produzir um carro competitivo em 2014, considerando-se, também, a perda do diretor técnico, James Allison, para a Ferrari.

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"Não dá para saber quem será forte no ano que vem diante da mudança radical do regulamento. Se as regras fossem as mesmas seria bem mais fácil. Não sei responder o quanto a saída de James pode influencia o grupo."

Os italianos lhe lembraram que se a Ferrari pode ser o seu caminho, o que pensava de o então futuro companheiro, Fernando Alonso, responder sobre o tema, quinta-feira: "Kimi? Por que se quando esteve aqui, em 2008 e 2009, Felipe (Massa) era mais rápido que ele?". O finlandês desconhecia a resposta de Alonso. Quase nunca lê nada sobre a Fórmula 1. No período em que disputou provas de rali, 2010 e 2011, sequer assistir às corridas na TV.

Raikkonen comentou: "É a opinião dele. Todos têm a liberdade de dize o que desejam. Como eu a minha".

Apenas no fim da conversa o GP da Bélgica veio à tona. Nesta sexta-feira Sebastian Vettel, da Red Bull, foi o mais rápido, com 1min49s331, à média de 230,6 km/h, com seu companheiro, Mark Webber, em segundo, 59 milésimos de segundo mais lento. A seguir vieram o francês Romain Grosjean, da Lotus, Felipe Massa, Ferrari, e Jean Eric Vergne, Toro Rosso. Fernando Alonso, da Ferrari, ficou uma posição atrás de Raikkonen, oitavo. "Será difícil para nós. A Red Bull parece muito rápida aqui", disse Raikkonen.

Mesmo discurso tiveram os pilotos da Mercedes, surpreendemente lentos. Nico Rosberg foi o 9.º e Lewis Hamilton, o 12.º Depois do excelente desempenho na Hungria, quando o piloto inglês venceu, esperava-se mais da Mercedes. Niki Lauda, sócio da escuderia, comentou: "Primeiro dia, apenas testamos coisas novas." Pela manhã choveu e os pilotos tiveram somente três ou quatro voltas de pista seca.

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A impressão generalizada foi de novo avanço da Red Bull, ainda que o circuito lhe seja favorável. As modificações introduzidas no modelo RB9-Renault de Vettel e Webber parecem tê-lo tornado ainda mais rápido e equilibrado. Todas as escuderias têm novos componentes nos carros.

O finlandês da Lotus, contudo, ainda tem esperança de reduzir a diferença na classificação do campeonato para Vettel: "A previsão é de chuva, especialmente para domingo, o que torna a corrida menos previsível". Ele soma depois de dez etapas 134 pontos enquanto o alemão da Red Bull, 172. Alonso está em terceiro, com 133. Amanhã será disputada a sessão de classificação para o grid, a partir da 9 horas, horário de Brasília, e pode também chover.

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