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Red Bull impressiona em Barcelona. Claro, o projeto é de Adrian Newey.

Por liviooricchio
Atualização:

Tudo bem, a equipe Red Bull deve ter deixado combustível no tanque apenas para algumas poucas voltas bem como substituiu os já desgastados pneus de David Coulthard por novos. E, em seguida, solicitado ao escocês, aproveitando que o dono da equipe, o austríaco Dietrich Mateschitz, acompanhava o treino, em Barcelona: "Veja o que o RB3 pode fazer numa sessão de classificação."

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E, finalmente, Adrian Newey, o genial projetista do novo carro, pôde ter mais dados a respeito da velocidade de sua obra. Como quase sempre, muito boa: 1min21s855 (112 voltas), a melhor do dia. Até então, tanto Coulthard quando seu companheiro, Mark Webber, limitavam-se aos ensaios primários de um modelo absolutamente novo.

Em conversa com amigos que acompanharam o teste encerrado ontem, como Gary Anderson, ex-diretor-técnico da Jordan, fiquei sabendo que o RB3 talvez não tenha uma única peça de projeto que seja a mesma do fracassado monoposto utilizado ano passado. Essa foi uma das razões de o RB3 ter sido apresentado tão tarde, 26 de janeiro.

A preocupação inicial de Newey era verificar se tudo funcionava bem no carro, não descobrir o que poderia realizar numa volta lançada. Para chegar lá é preciso saber se, primeiro, é seguro exigir tudo, e depois, ter noção do acerto básico mais indicado, tudo novidade num projeto completamente novo. Ainda que a receita básica do monoposto seja a dos últimos carros da McLaren, Newey trabalha com motor Renault, que exige radiadores menores que o Mercedes, com implicações grandes na concepção aerodinâmica do conjunto, dentre outros desdobramentos.

Segunda-feira, Coulthard completou 80 voltas no Circuito da Catalunha, com seus 4.655 metros, e Webber, 83. Não registraram bons tempos, tampouco era sua preocupação. O escocês fez 1min24s291, o 14º do dia, e o australiano, 1min24s934, o 15º. O mais rápido foi Pedro de la Rosa, com a McLaren MP4/22, tempo de 1min22s634. Ontem, Webber registrou na melhor das suas 83 voltas, 1min22s916, o 15º, e Coulthard, 1min23s322, o 16º, (50 voltas).

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Hoje, comprovado que o RB3 não tem problemas crônicos e sem indícios de alguma fragilidade estrutural, Couthard simulou uma corrida e, no fim, uma sessão de classificação. Webber limitou-se às provas de resistência, 61 voltas, e ficou em 11º, com 1min22s834. Mas a escuderia que tem sede em Milton Keynes, na Inglaterra, não teve umdia livre de dificuldades, conforme informa o site da revista inglesa Autosport. Coulthard teve problemas de motor, próximo da parada do almoço, e Webber parou duas vezes na pista, de manhã e à tarde.

Ano passado, a Red Bull utilizou a base do projeto de Rob Taylor do Mundial anterior para conceber o RB2, com motor Ferrari, em substituição ao Cosworth. No 248F1 da Ferrari, o motor italiano trabalhava bem com radiadores de determinada dimensão. No RB2, simplesmente fazia o motor trabalhar em temperaturas tão elevadas que além de romper, não gerava a potência possível. Resultado: com o aumento dos radiadores, quase tudo o que se pensou aerodinamicamente teve de ser revisto, durante a temporada, imagine.

Enquanto os demais times preocupavam-se em desenvolver seus projetos, a Red Bull tentava fazê-lo funcionar. Quando conseguiu, e na base da improvisação, o que na Fórmula 1 é fatal para as pretensões de bem competir, a concorrência estava lá na frente. Com isso, a simpática escuderia, apesar do bom orçamento, conquistou apenas 16 pontos, 7ª colocada.

Este ano tem tudo para ser bem diferente. Se o RB3 evoluir como sua promissora base sugere ser possível, e Newey é dos mais capazes para esses trabalhos também, de repente vamos ver Coulthard e Webber obtendo alguns resultados surpreendentes este ano. Não me espantaria ver a Red Bull na luta pela quarta colocação entre os construtores, numa temporada que deverá ser bastante disputada.

Hoje Felipe Massa realizou outro bom treino em Barcelona. A preocupação maior da Ferrari foi levar os motores a atingir os limites mínimos de quilometragem impostos pelo regulamento, ou seja, dois GPs. Massa ficou com o 3º tempo, 1min21s964 (92 voltas), e Kimi Raikkonen, apenas 45 voltas, com 1min22s369 (7º).

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A 2ª marca do dia foi de Nick Heidfeld, com o veloz F1.07 da BMW, 1min21s958 (96). Como em outros ensaios, Alonso, McLaren MP4/22, esteve sempre entre os mais velozes, 4º, com 1min22s103 (114). Eu falava de Rob Taylor, da Reb Bull, lá em cima. É um engenheiro em ascensão na Fórmula 1. Com a chegada de Newey na Red Bull, Rob Taylor aceitou o convite de Ron Dennis para trabalhar na McLaren. O projeto do MP4/22 estava adiantado quando chegou, mas o desenvolvimento do monoposto de Alonso terá seus 10 dedos.

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A Renault não treinou muito com Heikki Kovalainen, somente 56 voltas, enquanto Giancarlo Fisichella completou 90. O finlandês obteve 1min22s783 (10º) e o italiano, 1min22s758 (9º).

Outro teste pouco entusiasmante da Honda. Andou pouco, ao menos com Rubinho, e seus tempos, apesar de as condições serem desconhecidas, não se pode dizer que impressionam. Jenson Button deu 91 voltas, 1min23s061 (12º), e Rubinho, 39, com 1min23s257 (13º).

A Fórmula 1 volta aos treinos, agora, do dia 22 a 25, no quente circuito de Sakhir, em Bahrein, realidade mais próxima da que enfrentarão ao longo do campeonato. Estou curioso para ver o que vai dar, e você? Grande abraço!

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