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Rubinho e Button não estão preocupados com os resultados da Honda

Por liviooricchio
Atualização:

12/II/08

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Depois dos testes de Valência, de 21 a 24 de janeiro, Barcelona, de 1 a 3 de fevereiro, e do treino de hoje em Jerez de la Frontera, sempre na Espanha, os tempos obtidos por Rubens Barrichello e Jenson Button com o novo carro da Honda, RA108, sugerem que a equipe japonesa deverá ter um início de temporada tão difícil como o campeonato do ano passado, quando somou apenas 6 pontos.

O que me leva a escrever esse post nem é isso, já sinalizado aqui e confirmado por muitos comentários, mas a postura dos dois pilotos. Conversei com Rubinho e li, há pouco, no site da revista Autosport, declarações de Button ao repórter Jonathan Noble. Parecia que estava ouvindo o Rubinho falar. Em resumo: ambos têm certeza de que o RA108 não tem nada a ver com o modelo de 2007 e o monoposto tem "enorme potencial."

Das duas uma: ou eles realmente acreditam no que estão falando ou foram orientados a agir dessa forma. Não creio que o Rubinho mentisse para mim. Pode até omitir uma ou outra informação; não dizer a verdade, não. Os dois defendem que numa volta lançada o RA108 tem muito a evoluir, mas nas séries seguidas de voltas o carro é mais veloz, consistente e confiável que o RA107.

"O novo freia bem melhor, é mais equilibrado, previsível nas curvas e nas mãos do Ross Brawn tenho enorme confiança de que a curto prazo será também mais rápido", afirmou Rubinho. O Button emendou: "O RA108 é completamente novo, o que quer dizer que estamos começando do zero em termos de desenvolvimento e acerto." Mais: "Estamos também trabalhando nos ajustes em função da nova central de gerenciamente eletrônico (ECU)."

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Para o piloto inglês, há imensa margem de avanço em todas as áreas do projeto. Mostrou-se menos imediatista que Rubinho: "Confio no nosso grupo de trabalho e o progresso virá ao longo do ano. O desenvolvimento do RA108 está no caminho certo." Temos referências das dificuldades atuais da Honda. Em Valência, no primeiro teste do RA108, Rubinho completou apenas 36 voltas e fez 1min14s588. No dia seguinte, Button chegou a 1min13s689 (80 voltas). O melhor do ensaio foi Heikki Kovalainen, com a nova McLaren, 1min11s000. Button ficou, portanto, a 2 segundos e 689 milésimos do finlandês.

Depois a Honda se deslocou com quase todos para Barcelona. No balanço geral, Rubinho estabeleceu o 14º tempo, 1min23s795 e completou 139 voltas. O mais rápido foi Sebastian Vettel, com a Toro Rosso, penso que com bem pouca gasolina, 1min21s679 (251 voltas). Rubinho ficou a 2 segundos e 116 milésimos do alemão. Button obteve marca ainda pior, 1min23s808 (144), a 16 ª, ou 2 segundos e 129 pior que Vettel.

O resultado de hoje não foi diferente. Rubinho fez o 12º tempo dentre os 16 que treinaram em Jerez, com 1min21s133 (71). Lewis Hamilton, McLaren, estabeleceu a melhor marca, 1min19s102 (89), ou 2 segundos e 31 milésimos melhor que Rubinho. Repare que em nenhum momento a diferença entre o registrado por Rubinho e Button para os mais eficientes foi menor de 2 segundos. Não se trata, como sempre digo, de um teste conclusivo pelo número de variáveis em jogo, mas como também costumo afirmar, ao longo de uma série de ensaios, não erramos ao tirar importantes referências de performance.

Após os testes de Jerez que se estendem até quinta-feira, teremos mais duas séries coletivas, no Circuito da Catalunha, de 20 s 22 e de 25 a 27. A seguir, até onde sei, apenas no primeiro treino livre do GP da Austrália, dia 14 de março, em Melbourne. De fato ainda há muita margem de desenvolvimento para todas as equipes, mas esses dois segundos médios da Honda para os melhores representam defasagem importante.

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