Vários fatores jogam a favor de Hamilton em Mônaco

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Por liviooricchio
Atualização:

17/V/07 Três dias de testes até agora, quinta-feira, em Paul Ricard, circuito do sul da França, e de propriedade do senhor Bernie Ecclestone. Terça e quarta-feira 12 pilotos treinaram numa versão do traçado que simula as características de Mônaco, ou seja, quase não há retas e a maioria das curvas é de baixa velocidade.

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Hoje 13 pilotos utilizaram configuração distinta de circuito, com 5.255 metros de extensão, dotada de retas longas, freadas fortes e curvas lentas também, semelhante aos 4.361 metros da pista do Canadá, para onde a Fórmula 1 irá depois da prova nas ruas do Principado.

O Circuito Paul Ricard, em Le Castellet, encontra-se a uns 30 quilômetros de Marselha. Corrida mesmo são poucas por lá, mas lançamento de carro de montadora, testes de veículos de série, encontros promovidos por grandes grupos empresariais lotam a agenda de eventos do autódromo, reconcebido para oferecer infra-estrutura excepcional, onde há até um grande hotel, e as mais distintas opções de traçado.

Sei de movimentos no Brasil no sentido de se construir novos autódromos. Inspirem-se, senhores, no modelo de Paul Ricard. Será difícil ver o retorno do investimento apenas com locações para competições de automóvel. O multiplo uso do espaço é a possível saída para um emprendimento dessa natureza gerar receita.

Mas o papo agora é outro. Ah, foi na estrada de Marselha a Le Castellet que, em 1986, Frank Williams sofreu o acidente que o deixou tetraplégico.

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Terça-feira e ontem, o mais rápido foi Lewis Hamilton, o piloto de melhor estréia na história da Fórmula 1. O jovem inglês da McLaren completou 98 voltas terça-feira, com 1min05s699 na melhor, e ontem foram outras 133 voltas, com 1min05s614.

Não há referências recentes de marcas de Fórmula 1 nesses traçados. O resultado dos demais pode dar alguma indicação do estágio de cada um, ainda que nada conclusivo, por favor. Terça-feira enquanto Hamilton obteve 1min05s699, Felipe Massa, com sua Ferrari, fez 1min07s271 (93 voltas). Claro que estavam em condição distinta.

Mais representativo é o resultado de ontem. Hamilton continuou na frente, com 1min05s614 (133), mas Massa chegou a 1min05s755 (107), apenas 141 milésimos mais lento.

Vi Hamilton correr em Mônaco duas vezes: ano passado, na GP2, e em 2005, na Fórmula 3 Européia. Venceu as duas. Sobrando. Na teoria, a maior distância entre-eixos do modelo F2007 da Ferrari tende a não lhe favorecer num circuito sinuoso, quase sem retas, como o de Mônaco, se comparado com as características do MP4/22 da McLaren, menor entre-eixos.

Não é lei, hein! Mas faz sentido acreditarmos que a McLaren pode ter uma pequena vantagem, como dispôs o time italiano em relação à equipe de Lewis Hamilton e Fernando Alonso no Circuito da Cataluna, domingo. Talvez não na proporção imposta por Massa a seus concorrentes.

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E se a McLaren contar mesmo com essa vantagem, Hamilton tem boas chances de conquistar sua primeira vitória na Fórmula 1. Tudo pode acontecer, como pelos mais distintos motivos não se classificar bem, errar, largar mal, enfim, o número de variáveis que definem o vencedor é grande.

O que desejo dizer é: com um carro eficiente, como parece que será o caso, seu instante de autoconfiança extraordinário e tendo em mente as duas performances notáveis que vi de Hamilton em Mônaco, ainda que em outras categorias, há lógica em se afirmar que ele tem mais chance de vencer dia 27 a quinta etapa do Mundial do que teve até agora nesta temporada.

Nos próximos dias vamos fazer uma projeção do que esperar de Felipe Massa, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso, a partir do seu histórico na prova e do seu momento e da equipe no campeonato?

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