Foto do(a) blog

Basquete, basketball, baloncesto...

Após ser sonho distante, Érika vê vaga em Tóquio 'como realidade'

Às véspera do pré-olímpico, pivô diz que confiança voltou com o bom desempenho sob o comando de José Neto

PUBLICIDADE

Por
Atualização:

Aos 37 anos, Érika Souza tem muito claro qual o seu objetivo: disputar sua quarta edição dos Jogos Olímpicos em Tóquio-2020. Presente nas campanhas de Atenas-2004, Londres-2012 e Rio-2016, a pivô está confiante com o desempenho recente da seleção brasileira. O Brasil começa sua caminhada no pré-olímpico das Américas contra os Estados Unidos, nesta quinta-feira, às 18h30, em Bahía Blanca, na Argentina.

Para a jogadora do San Sebastían, da Espanha, o que antes era um sonho se transformou em uma realidade palpável. Além das americanas, a seleção enfrenta Colômbia (sábado, às 18h30) e Argentina (domingo, às 21h). Apenas os dois primeiros vão se classificar para o pré-olímpico mundial, em fevereiro do ano que vem, onde 16 países vão brigar por dez vagas para se unirem ao Japão e EUA. Antes da estreia, ela conversou com o blog.

Érika quer disputar sua quarta edição dos Jogos Olímpicos. Foto: Divulgação/CBB

PUBLICIDADE

Após o ouro no Pan e o bronze na Copa América, o Brasil recuperou sua confiança? Nós estávamos precisando disso, bons resultados em duas competições importantes. Sabíamos do nosso potencial, mas precisávamos recuperar esta confiança que tínhamos perdido. A confiança voltou após o bom desempenho.

O que mudou efetivamente no trabalho da seleção feminina com o José Neto? Eu costumo dizer que o Neto é um paizão para nós. Ele tirou o peso que tínhamos nas costas. A gente está jogando leve, com vontade, com determinação... Ele nos deixa muito à vontade em quadra, nos incentiva bastante. A conquista do ouro do Pan e do bronze na Copa América também ajudou bastante.

Qual o tamanho da dificuldade que o Brasil vai encarar no pré-olímpico das Américas? É uma competição muito importante para nós. Temos de levar tudo que aprendemos, tudo que fizemos até agora para esta competição. Será muito difícil porque todo mundo quer ganhar, todo mundo quer buscar esta vaga. Os Estados Unidos vão vir completos. A Argentina também. A Colômbia sabe que pode jogar de igual para igual com o Brasil. Temos de fazer o nosso melhor, continuar jogando como estamos fazendo, atuar com tranquilidade, com confiança, porque sabemos que será muito difícil.

Publicidade

A vaga em Tóquio é um sonho ou está mais próximo da realidade? Se você tivesse feito esta mesma pergunta há alguns anos, eu responderia que era um sonho. Agora tenho certeza que é uma realidade. Nós temos tudo para conseguir esta classificação e chegar nos Jogos de Tóquio. Só depende da gente. Temos de entrar com determinação em todos os jogos, seguir fazendo o que temos feito que tenho certeza que vamos conseguir esta vaga. Aí vamos dizer que o que era um sonho se tornou realidade indo para Tóquio.

Aos 37 anos, você continua com excelente desempenho. Qual o segredo da longevidade? Eu amo o que faço, amo jogar basquete, eu me cuido muito, agora mais do que nunca porque quero chegar em Tóquio 200%, quero ajudar minhas companheiras, quero ajudar o Brasil a estar no topo do basquete mundial. Conto com o meu marido (Addler Mendes) e o Diego (Falcão, preparador físico da seleção feminina) para me ajudarem no trabalho físico. Não tem segredo. É só se cuidar e fazer o que gosta.

Está pronta para passar o bastão na seleção? O Brasil está bem servido de pivôs para o futuro?(Risos) Pronta você nunca está. Mas o Brasil conta com boas pivôs, tanto na seleção principal quanto na sub-17. As meninas estão jogando um basquete delicado, bonito. São jogadoras que podem enfrentar qualquer adversária no mundo de igual para igual. Tenho certeza que quando eu estiver pronta para passar o bastão elas vão representar muito bem como eu fiz nestes anos todos. Posso me aposentar tranquilamente.

O que você tenta passar para estas meninas que serão você amanhã? Cada uma tem sua personalidade, enxergam o basquete de uma maneira diferente, tento ajudar da melhor maneira possível, ser bastante positiva, mostrar o quanto é difícil. Elas também me ajudam bastante quando estamos na seleção e, fora dela, sempre estamos conversando.

Como foi ser eleita o melhor atleta de basquete no Prêmio Brasil Olímpico? É algo que ainda não estou acreditando. É uma recompensa por todo o meu trabalho não apenas na seleção mas em todos os clubes em que passei. Fico muito feliz, honrada por receber este prêmio. Espero ganhar outros.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.