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Após trabalhar até de graça, César Guidetti enfrenta maior desafio

Em entrevista exclusiva ao blog, treinador do Pinheiros se diz pronto para dirigir um time adulto pela primeira vez

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César Guidetti vai entrar mais uma vez em um ginásio de basquete no próximo sábado, algo que fez incontáveis vezes nos 23 anos de carreira. A diferença é que desta vez o status é outro. O jogo diante da Liga Sorocabana, pelo Campeonato Paulista, é o primeiro oficial como treinador principal de um time adulto.

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A trajetória até receber uma oportunidade no Pinheiros foi tortuosa. Por muitos anos, César Guidetti trabalhou como técnico nas categorias de base, acumulou empregos e até trabalhou sem receber salários por seis meses por entender que seria importante para o crescimento profissional.

As portas foram definitivamente abertas em 2002. À época, no comando da APABA Basketball, de Santo André, o treinador construiu um grupo que foi campeão paulista Sub-16. Com o trabalho reconhecido, ele foi campeão brasileiro pela seleção paulista e sul-americano pelo Brasil (façanha que repetiu em 2006)naquela mesma temporada.

Agora, no comando de um elenco jovem, com média de idade de 22 anos, o treinador, que por muito tempo foi auxiliar no Pinheiros, enfrenta o maior desafio da carreira. "É um momento diferente no Pinheiros. Momento de renovação em todos os sentidos. O clube sempre investiu muito nas categorias de base e chegou o momento de aproveitar os atletas na equipe principal. Vamos tentar dar o retorno que o clube sempre mereceu. Esse é o nosso objetivo", afirmou César Guidetti, que conta com o experiente Morro e o norte-americano Holloway para dar o respaldo para os garotos dentro e fora de quadra.

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César Guidetti comanda treino às vésperas de estrear no Paulista  Foto: Estadão

Além da bagagem na base, César Guidetti pretende colocar em prática o que acumulou como auxiliar de importantes treinadores do basquete brasileiro, tanto no masculino como no feminino. Ele trabalhou com Claudio Mortari, Flávio Davis, Guerrinha, Lula Ferreira, João Marcelo, Paulo Bassul, Antônio Carlos Barbosa, José Neto, Thelma Tavernari, entre outros. Foi, por exemplo, auxiliar da seleção feminina no Mundial de 2006, realizado no Brasil, no Pan-Americano do Rio em 2007 e ainda nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Não bastasse o extenso currículo, César Guidetti é um incansável estudioso do basquete. Na terça-feira, quando recebeu o blog no Pinheiros para o bate-papo exclusivo, estava ansioso para colocar as mãos em um material em vídeo de jogadas selecionadas nas principais ligas do mundo e, quem sabe, encontrar algo para surpreender o adversário.

"O basquete é muito complexo, não dá para ser simplista. É necessário sempre buscar alternativas, até para algo que já existe, que está sendo utilizando por quase todos os treinadores e todo mundo conhece", afirmou o treinador, que fez diversos cursos ao longo da carreira, tanto no Brasil quanto no exterior.

A empolgação é visível nas palavras do treinador. César Guidetti está animado com o desafio. O sentimento é recíproco entre os jogadores. Assim como o técnico, o grupo, por ser muito jovem, também tem pela frente uma situação de afirmação.

"É minha primeira chance em um time profissional e também desses meninos de atuarem diretamente na equipe. É um casamento que tem tudo para dar certo. Quero colocar em prática a experiência que adquiri com grandes treinadores com quem eu trabalhei, em clubes e seleções, e passar isso para eles. A motivação é diferente por ser uma primeira oportunidade. É um fator que estamos conversando bastante, todo mundo está querendo muito, me apoiando..."

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César Guidetti estreia no sábado, diante da Liga Sorocabana  Foto: Estadão

Georginho, Lucas Dias, Humberto são alguns dos jogadores que vão receber muitos minutos em quadra nesta temporada. César Guidetti promete uma equipe bastante competitiva. Sabe que é muito difícil conquistar títulos nesta temporada, mas promete vender caro cada derrota.

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"A filosofia, com esses meninos, será fazer um time defensivo, com agressividade e intensidade. Vamos ter um ataque bastante coletivo, com uma quantidade alta de passes. A bola não vai parar muito, é necessário jogar sem bola... Não vamos fazer nada muito diferente do que os outros times fazem, só que procurando passar para os jogadores todos os dias um melhor entendimento do jogo. Ter uma boa leitura do jogo, do adversário, aprender a jogar com o placar, com o cronômetro... Tentar fazer um time mais competitivo possível."

"Procuro ouvir os jogadores, discutirmos o que podemos fazer, mas com muita disciplina, comprometimento para as coisas acontecerem. Não é só querer. Tem de querer e trabalhar todos os dias para melhorarmos. As falhas vão acontecer e precisamos corrigi-las o mais rápido possível", finalizou o treinador.

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